William Waack

Trump pressiona Senado para aprovar megaprojeto que gera dívida trilionária

"One Big Beautiful Bill" amplia isenções fiscais e corta gastos do seguro de saúde americano, educação e saúde

Danilo Cruz, da CNN, em São Paulo
Compartilhar matéria

A "One Big Beautiful Bill", a peça orçamentária de Donald Trump, segue encontrando dificuldades no Congresso americano. Os parlamentares tentam acelerar as votações antes do prazo de quatro de julho, dado por Trump, se encerrar.

Depois de um fim de semana com atrasos e negociações, os parlamentares passaram toda a segunda-feira em votações sobre emendas à peça orçamentária.

Os republicanos promoveram novas mudanças nas medidas fiscais, enquanto os democratas aproveitaram para apertar pontos fracos no pacote e discordâncias entre o partido de Trump.

O projeto amplia isenções fiscais — incluindo aos mais ricos — e aumenta o orçamento para defesa e deportações, enquanto corta gastos do seguro de saúde americano — o Medicaid — e em energia verde.

Cálculos do Escritório de Orçamento do Congresso apontam que a proposta aumentaria a dívida americana em US$ 3,3 trilhões em dez anos. Os republicanos, por sua vez, preveem que os custos sejam menores. O texto também adiciona US$ 5 trilhões no teto da dívida.

No Senado, o projeto passa com uma maioria simples — que são os votos de 51 senadores. Depois, a Big Beautiful Bill precisaria voltar à Câmara antes de ser assinada por Trump.

O líder da minoria do Senado, Chuck Schumer, disse que os republicanos precisam escolher entre o povo americano ou se curvarem a Trump e os bilionários.

Já a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, reforçou o trabalho "pesado" da Casa Branca com o texto e que a aprovação da medida é a principal prioridade do presidente.

Ao longo do andamento do projeto, Trump manteve a pressão nos bastidores para que o texto fosse aprovado. O americano afirmou que os republicanos contrários à peça orçamentária são considerados "traidores".

Trump espera sancionar a lei até quatro de julho, prazo que ele mesmo impôs e que coincide com a comemoração da independência dos Estados Unidos.

A "One, Big Beautiful Bill" segue como um peso negativo para o desempenho do dólar frente a moedas estrangeiras. Com a queda desta segunda, a divisa americana teve o pior início de ano desde 1973. De janeiro até aqui, o dólar caiu mais de 10%.

Acompanhe Economia nas Redes Sociais