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    UAW inicia greve com principais montadoras dos EUA e efeitos devem ser desastrosos para Biden

    São quase treze mil funcionários de braços cruzados em movimento inédito de sindicato

    Luciana Caczanda CNN , São Paulo

    Nos Estados Unidos, o sindicato United Auto Workers (UAW) — que representa trabalhadores da indústria automotiva — entrou em greve histórica envolvendo as três principais montadoras do país: a General Motors (GM), a Ford e a Stellantis.

    São quase 13 mil funcionários de braços cruzados em fábricas em três estados norte-americanos.

    O movimento, que é inédito na história do sindicato, acontece depois que as montadoras registraram lucros recordes.

    As demandas do UAW incluem aumento de salário e benefícios, como semana de quatro dias de trabalho e um plano de ampliação de aposentadoria.

    O sindicato tenta recuperar auxílios que havia perdido há mais de uma década, quando, em crise, as empresas chegaram à beira da falência.

    A greve é direcionada às fábricas da Ford, no estado do Michigan, da Stellantis, em Ohio, e da GM, no Missouri. A mobilização atinge mais de 12.700 funcionários do total de 145 mil trabalhadores filiados ao UAW.

    As negociações devem ser retomadas neste sábado (16), já que as partes não chegaram a um acordo. O presidente do sindicato, Shawn Fain, ameaçou intensificar a greve com mais adesão.

    A Ford foi a primeira a anunciar a demissão de 600 trabalhadores em decorrência do movimento.

    O peso político para Joe Biden, assim como a paralisação, é sem precedentes. Nesta sexta-feira (15), o presidente norte-americano fez um apelo às montadoras para que aumentem a oferta aos trabalhadores.

    Por um lado, Biden sofre pressão para apoiar o movimento, porque adesão dos funcionários é essencial para sua campanha à reeleição.

    Por outro lado, uma paralisação maior e mais prolongada da produção automotiva nos Estados Unidos pode resultar em preços mais elevados e se tornar um revés para economia, uma das bandeiras de Biden para permanecer na Casa Branca.

    O fechamento das três fábricas pode levar a perda de produção de até 25 mil veículos.

    Além disso, coincide com o andamento do recém-implantado plano econômico do governo — o Bidenomics — que enfrenta duras críticas da oposição e ainda não alavancou as pesquisas de intenção de votos a favor do presidente.

    A Casa Branca reluta em tomar partido nas negociações, mas Biden reforçou que, nos últimos dez anos, as montadoras tiveram lucros históricos e que isso se deve às habilidades e sacrifícios dos trabalhadores do UAW.

    Veja também: Ibovespa fecha em queda e dólar estável com decisões de juros no radar

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