Valor do Auxílio Brasil deve ser definido apenas em setembro, diz Roma

Em entrevista coletiva, o ministro da Cidadania disse que o governo ainda depende da LDO de 2022 para definir quanto vai pagar aos beneficiários do programa

Anna Russi, do CNN Brasil Business, em Brasília
Compartilhar matéria

 

No aguardo da aprovação da PEC dos precatórios e da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2022, o novo programa social do governo federal, o Auxílio Brasil, só deverá ter o valor do ticket médio decidido em setembro. A informação é do ministro da Cidadania, João Roma, que participou, nesta segunda-feira (9), da entrega da Medida Provisória que cria o programa ao Congresso Nacional

"Temos uma PEC que versa sobre os precatórios, temos o envio da LDO, que deve ser no fim de agosto, e, posteriormente, como os programas todos enquadrados dentro do teto, teremos a definição do novo ticket médio", explicou. 

Isso, porque a equipe econômica do governo federal luta para remanejar o espaço orçamentário do programa, após a dívida da União em precatórios atingir R$ 90 bilhões. "O disciplinamento e a estruturação dos precatórios, com sua devida previsibilidade, interfere, naturalmente, nas finanças públicas do Estado e, por consequência, pode afetar o programa social. Então, é imperioso que as duas medidas avancem em paralelo", reforçou Roma. 

 

Além do espaço financeiro e fiscal com o parcelamento dos precatórios, a equipe econômica conta ainda com a recursos e dividendos a serem obtidos com futuras privatizações e desinvestimentos.

Apesar de ainda não ter um valor oficial divulgado, o benefício do Auxílio Brasil deve ser, pelo menos, 50% superio ao atual ticket médio do Bolsa Família. "Como já falamos, deve ser um reajuste de, pelo menos, 50% do valor do ticket médio atual, correspondente hoje a cerca de R$ 189", comentou. Além do valor, o número de beneficiário do programa também deve crescer. 

Ele reforçou que a MP entregue trata apenas da reestruturação dos programas sociais do país, indo "além de uma rede de proteção social". "(Possibilitamos) por várias ferramentas e trilhas com as quais o cidadão poderá conseguir sua emancipação do Estado e alcançar maior qualidade de vida para ele e sua família", afirmou.

A forma de custear o programa é o que mais causa curiosidade e preocupação no mercado financeiro. Sobre o tema, Roma afirmou que o governo vai usar os recursos já previstos para o Bolsa Família em 2022 e uma “sobra” do programa neste ano. Com o pagamento do auxílio emergencial, parte dos recursos do programa social deixaram de ser distribuídos, deixando o governo com um “troco” de R$ 18 bilhões.

Deputado Federal João Roma - Portal da Câmara dos Deputados
João Roma, ministro da Cidadania
Foto: Câmara dos Deputados
Acompanhe Economia nas Redes Sociais
Valor do Auxílio Brasil deve ser definido apenas em setembro, diz Roma | CNN Brasil