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Veja principais produtos trocados e tarifas aplicadas entre Brasil e EUA

Etanol — item na mira de Trump — tem alíquota de 18%, mas não chega (nem perto) do top 10 das exportações brasileiras aos EUA

João Nakamura, da CNN, em São Paulo
Brasil cobra tarifa de apenas dois dos dez principais produtos vendidos pelos EUA  • Divulgação/Portal Governo Brasil
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Petróleo, produtos de ferro e aço e café são as três categorias que fecham o pódio das principais exportações do Brasil para os Estados Unidos.

Não obstante, o Brasil aplica, em defesa de seus produtos nacionais, tarifas de importação nessas categorias, exceto quatro delas, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

A ideia é desestimular a importação de itens fortes da nossa cadeia produtiva, favorecendo o que é nacional.

  • Carnes desossadas de bovino, congeladas: tarifa de 10,8%;
  • Café não torrado, não descafeinado, em grão: 9%;
  • Outros produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, de seção transversal retangular, que contenham, em peso, menos de 0,25% de carbono: 7,2%;
  • Produtos semimanufaturados, de outras ligas de aços: 7,2%.
  • Pastas químicas de madeira, à soda ou ao sulfato, exceto pastas para dissolução, semibranqueadas ou branqueadas, de não coníferas: 3,6%;
  • Ferro fundido bruto não ligado, que contenha, em peso, 0,5% ou menos de fósforo: 3,6%.

Nesta quinta-feira (13), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou planos para estudar a aplicação de tarifas recíprocas aos parceiros comerciais dos EUA.

Caso siga a risca o plano, esses produtos que o Brasil taxa quando entram aqui podem passar a contar com tarifações quando entram nos EUA também.

Porém, ao anunciar seu plano para um comércio internacional “justo e recíproco”, o republicano colocou o etanol brasileiro na mira de sua agenda.

“A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. Mesmo assim, o Brasil cobra das exportações de etanol dos EUA uma tarifa de 18%. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto os EUA exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil”, afirmou Trump em documento divulgado após o anúncio do memorando sobre as tarifas recíprocas.

O Mdic confirma que o Brasil cobra tarifas de 18% sobre as importações de etanol.

O produto, porém, não chega nem perto de estar entre as principais vendas do Brasil aos EUA (total de US$ 20.984.583 em 2024), e nem entre as principais compras (US$ 272.102).

Caminho inverso

Das dez principais compras que o Brasil faz nos EUA, apenas duas entram no país com cobrança de tarifas.

  • Copolímeros de etileno e alfa-olefina, de densidade inferior a 0,94: alíquota de 20%;
  • Outros polietilenos sem carga, densidade >= 0.94, em formas primárias: 20%.

Após o anúncio de Trump, e refletindo sobre estes dados, o vice-presidente da República e chefe do Mdic, Geraldo Alkcmin (PSB), apontou que “o Brasil não é problema comercial para os Estados Unidos”.

“Acho que o caminho é o caminho do diálogo. O caminho do comércio exterior é ganha-ganha, ter reciprocidade”, concluiu Alckmin.

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