Wall Street acende alerta para risco de crédito nos EUA; entenda ameaças
Ações de bancos americanos sofreram suas maiores perdas diárias em mais de seis meses na quinta-feira (16) e ansiedade se refletiu no mercado em geral

Vários grupos financeiros estão lutando contra empréstimos inadimplentes, aumentando as preocupações em Wall Street sobre mais problemas por vir.
Durante semanas, os investidores se concentraram no Jefferies Financial Group, um banco de investimento que tem pelo menos US$ 45 milhões em exposição à First Brands, uma fornecedora de peças automotivas que entrou com pedido de falência no mês passado.
Mas na quinta-feira (16), eles voltaram parte de sua atenção para dois bancos regionais, o Western Alliance Bancorp e o Zions Bancorp, após preocupações sobre alguns de seus empréstimos também.
As ações dos três bancos sofreram suas maiores perdas diárias em mais de seis meses na quinta-feira. Essa ansiedade também se refletiu no mercado em geral, com o Dow Jones recuando 0,65% naquele dia.
Enquanto isso, os investidores migraram para ativos seguros, incluindo títulos do Tesouro dos EUA, ouro e prata.
Se tudo isso está trazendo de volta lembranças da crise bancária regional de 2023, você não está sozinho. Por enquanto, não está claro se há um risco para o mercado em geral ou se isso é apenas uma questão de maus presságios.
O que está acontecendo com Jefferies?
A Jefferies, assim como vários outros grupos financeiros, ofereceu financiamento à First Brands por meio de factoring terceirizado, que é quando uma empresa promete pagar os credores quando um de seus clientes paga um saldo devedor.
Mas os credores alegam que a First Brands usou a mesma fatura diversas vezes para acessar fundos de credores privados que desconheciam a dupla cobrança. Tradução: Credores como a Jefferies talvez não tivessem fornecido financiamento à First Brands se tivessem tido uma visão mais completa.
No total, a exposição de US$ 45 milhões da Jefferies à First Brands representa menos de 5% de sua renda antes dos impostos do ano passado, o que significa que sua exposição apenas à First Brands dificilmente causará seu fechamento.
O CEO da Jefferies, Rich Handler, e o presidente Brian Friedman enfatizaram isso em um comunicado emitido no início desta semana com o objetivo de acalmar os investidores.
Mas os investidores parecem mais preocupados se a Jefferies não percebeu sinais de alerta neste caso, que supostamente está sendo investigado pelo Departamento de Justiça por possível fraude, e se não percebeu sinais semelhantes em outros lugares. A empresa não quis comentar.
O que está acontecendo com a Western Alliance e a Zions?
Ambas as ações caíram mais de 10% na quinta-feira após revelações de que emprestaram dinheiro a empresas que, segundo elas, as fraudaram.
A Zions disse em um documento arquivado na quarta-feira na Securities and Exchange Commission que prevê perder US$ 60 milhões como resultado.
A Western Alliance não divulgou quanto espera perder. Em vez disso, informou em um documento divulgado na manhã de quinta-feira que "iniciou uma ação judicial alegando fraude por parte do mutuário". Por isso, afirmou que agora tem mais empréstimos em risco de não serem pagos.
Representantes da Zions e da Western Alliance não responderam aos pedidos de comentários da CNN.
Preocupações no mercado financeiro
E o JPMorgan também não está exatamente livre de problemas. Está prestes a sofrer US$ 170 milhões com empréstimos inadimplentes para a Tricolor, outra empresa que declarou falência no mês passado.
O JPMorgan é o maior banco do país, e os advogados que representam os administradores da Tricolor, que está em processo de falência, alegaram que a empresa estava envolvida em fraude, informou a Bloomberg.
Mas a questão é: quantas outras baratas existem?
