Ações da Americanas disparam 60% após lucro de R$ 10 bi no 3º tri
Dados foram impactados por efeitos gerados pelo plano de recuperação da rede de varejo
As ações da Americanas (AMER3) disparam mais de 60% nas negociações desta quinta-feira (14), com investidores repercutindo resultados do terceiro trimestre, impactado com efeitos gerados pelo plano de recuperação da rede de varejo.
A companhia registrou lucro líquido do R$ 10,3 bilhões entre julho e setembro, revertendo prejuízo de R$ 1,063 bilhão no mesmo período do ano passado.
Por volta do meio-dia, as ações da Americanas subiam 58,6% na bolsa brasileira, a R$ 5,32. Mais cedo, as ações superaram a valorização de 60%.
Por estar em recuperação judicial, as ações da companhia não são negociadas no Ibovespa, o principal índice do mercado brasileiro.
A companhia afirmou que o resultado positivo bilionário decorreu, entre outros fatores, de “reconhecimento como receita financeira dos ‘haircuts’ gerados no momento da quitação de dívidas concursais com credores financeiros e reversão de juros e atualizações monetárias”.
A Americanas teve receita líquida praticamente estável ano a ano (+0,6%), a R$ 3,2 bilhões, com o faturamento de varejo físico e digital subindo 4,9% na mesma base.
As vendas no conceito “mesmas lojas”, importante indicador de desempenho financeiro no varejo, cresceram 13,6% no terceiro trimestre quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
A empresa afirmou que desconsiderando “o efeito da queda das vendas de itens de tíquete mais alto, os quais descontinuamos, as vendas mesmas lojas teriam sido aproximadamente três pontos percentuais maiores”.
A Americanas também disse que o fechamento de lojas com baixo desempenho de vendas e rentabilidade também apoiou a métrica de mesmas lojas, e que já iniciou a busca por novos pontos com “melhor potencial de rentabilidade”.
O resultado é o primeiro divulgado pela Americanas após capitalização e pagamento de credores. A companhia encerrou o trimestre com dívida bruta de R$ 1,7 bilhão, após reperfilamento dos credores financeiros, ante R$ 45,2 bilhões em junho deste ano, fechando o período com um caixa líquido de R$ 482 milhões.
*Com Reuters