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Bitcoin cai abaixo de US$ 90 mil com aversão ao risco

Em novembro, o valor do bitcoin perdeu mais de US$ 18.000, com uma saída recorde de dinheiro do mercado, representando a maior perda em dólares desde maio de 2021, quando diversas criptomoedas entraram em colapso

Amanda Cooper, da Reuters
Ilustração de uma representação de um bitcoin feita em 10 de setembro de 2025.
Ilustração de uma representação de um bitcoin feita em 10 de setembro de 2025.  • REUTERS/Dado Ruvic
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O bitcoin caiu abaixo de US$ 90.000 nesta segunda-feira (1º), reflexo de aversão ao risco, ampliando as perdas após registrar em novembro a maior queda mensal desde meados de 2021.

A maior criptomoeda do mundo chegou a US$ 84.808,54 na mínima (-6,99%). Por volta de 10h10 (no horário de Brasília), recuava 5,73%, a US$ 85.959,10.

Em novembro, o valor do bitcoin perdeu mais de US$ 18.000, com uma saída recorde de dinheiro do mercado, representando a maior perda em dólares desde maio de 2021, quando diversas criptomoedas entraram em colapso.

Indicador de risco

Devido à uma vida útil relativamente curta, não há muitos fatores sazonais que orientem as expectativas dos investidores sobre o comportamento típico do bitcoin em dezembro.

Analistas afirmaram que, no momento, a forte correlação entre o bitcoin e o mercado de ações pode ser ainda mais relevante.

"O bitcoin tende a ser um indicador importante do sentimento geral de risco no momento, e a sua queda não é um bom presságio para as ações no início deste mês", declarou a diretora de pesquisa da XTB, Kathleen Brooks, em nota.

"Não há um fator determinante óbvio (nesta segunda-feira, 1º). No entanto, a forte queda na volatilidade na semana passada, com o VIX caindo abaixo da média dos últimos 12 meses, pode ter deixado alguns investidores apreensivos com as perspectivas incertas para o final do ano", acrescentou.

Os contratos futuros de bitcoin da CME também mostram um crescente pessimismo.

Os contratos futuros de bitcoin com vencimento em três meses estão sendo negociados com o menor ágio em relação aos que expiram neste mês em pelo menos um ano, o que reflete a menor disposição dos investidores em apostar em uma alta sustentada do preço ao longo do tempo.

O ether era cotado a US$ 2.828,59, em queda de 6,4% após perder cerca de 22% do seu valor em novembro.

Fatores negativos

O estrategista Mohit Kumar, da Jefferies, afirmou que diversos fatores negativos relacionados às criptomoedas estão aumentando a pressão sobre o bitcoin nesta segunda-feira (1º).

Na semana passada, a S&P Global rebaixou o rating da Tether, a maior stablecoin do mundo, citando um aumento nos ativos de maior risco em suas reservas e "lacunas persistentes na divulgação de informações", com as quais a Tether informou "discordar veementemente".

Phong Le, presidente-executivo da Strategy, a maior proprietária corporativa de bitcoins do mundo, disse ao podcast "What Bitcoin Did" na sexta-feira (28) que a empresa considerará vender as participações se a métrica "mNAV" — o valor da empresa em relação ao valor de participações em bitcoin — cair abaixo de 1. Essa relação está atualmente em torno de 1,19, de acordo com o site da Strategy.

Considerando a queda acentuada das ações da Strategy no último ano, com uma desvalorização de 60% em comparação com a queda de 13% do bitcoin no mesmo período, a empresa já corre o risco de ser excluída dos índices de referência, o que agravaria a pressão sobre as ações e o indicador "mNAV".

A provedora de índices MSCI encerra neste mês uma consulta pública sobre a possibilidade de excluir de seus índices de referência as empresas cujas participações em ativos digitais excedam 50% de seus ativos totais.

Desde que atingiu um valor recorde de cerca de US$ 4,3 trilhões, o mercado de criptomoedas perdeu mais de US$ 1 trilhão em valor, segundo o CoinGecko.

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