Dólar futuro dispara a R$ 5,60 após tarifa de Trump ao Brasil
Presidente dos EUA anunciou tarifa após fechamento do mercado
A cotação do dólar futuro para agosto dispara nesta quarta-feira (9) após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmar a taxação de 50% sobre a importação de produtos do Brasil.
Por volta das 17h45, os contratos tinham alta acima de 1,7%, negociados ao redor de R$ 5,542. Na máxima, a cotação chegou a bater R$ 5,604, segundo dados do Refinity.
O pregão encerrou com alta de 1,05%, a R$ 5,503, antes da divulgação da carta de Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O movimento acontece em reação ao anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em aplicar uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil. A nova alíquota entra em vigor a partir do dia 1º de agosto.
O republicano compartilhou a notícia em carta endereçada ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na sua rede social, Truth Social. No documento, Trump atribui a cobrança, além de uma relação que diz ser injusta com o país, à postura do STF (Supremo Tribunal Federal) com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Conheci e tive contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro, e o respeitei profundamente, assim como a maioria dos outros líderes mundiais. A maneira como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato — inclusive pelos Estados Unidos —, é uma desgraça internacional. Este julgamento não deveria estar acontecendo. Trata-se de uma caça às bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!", escreveu Trump.
De uma leva de tarifas que o presidente dos EUA anunciou nesta semana, esta é a mais alta até o momento.
Trump ainda apontou que a relação comercial entre as partes é "muito injusta", marcada por desequilíbrios gerados por "políticas tarifárias e não-tarifárias e pelas barreiras comerciais do Brasil", e que os EUA deveriam se afastar da relação comercial de longa data.
Mais cedo nesta quinta-feira, Trump disse que o Brasil não tem sido bom para os EUA.
"O Brasil, por exemplo, não tem sido bom para nós, nada bom", disse o republicano a repórteres em um evento com líderes da África Ocidental na Casa Branca.
O presidente norte-americano vem anunciando uma série de taxas contra parceiros comerciais nos últimos dias, e mais cedo nesta quarta mesmo, e sinalizou que novas medidas devem ser divulgadas nas próximas horas.
Argélia, Brunei, Iraque, Líbia, Moldávia, Sri Lanka e Filipinas estão entre as nações atingidas por tarifas anunciadas nesta quarta, cujas alíquotas vão até 30%.
Os EUA e seus parceiros comerciais vêm negociando novos acordos comerciais desde que Trump anunciou as chamadas tarifas "recíprocas" em abril. No entanto, desde então, poucos acordos se concretizaram: um com o Vietnã e um com o Reino Unido, além do avanço nas tratativas com a China.
Em atualização