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Juros futuros fecham estáveis com agentes à espera de divulgações nos EUA

Assim como ocorreu em outras sessões recentes, taxas pouco oscilaram no Brasil, em sessão esvaziada de indicadores e sem notícias de impacto para curva

Por Fabricio de Castro, da Reuters
No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2028 estava em 12,925%, ante o ajuste de 12,939% da sessão anterior  • 02/09/2020. REUTERS/Adriano Machado
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As taxas dos DIs fecharam a terça-feira (18) próximas dos ajustes da véspera, em mais uma sessão de pouca volatilidade na renda fixa brasileira, com investidores à espera da divulgação de dados econômicos no exterior no restante da semana.

Investidores também acompanharam durante o dia as notícias sobre a prisão do acionista controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, por suspeita de fraude de R$ 12 bilhões, ainda que o fato não tenha feito preço no mercado de juros. O Banco Central determinou a liquidação extrajudicial do Master, suspendendo suas operações.

No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2028 estava em 12,925%, ante o ajuste de 12,939% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2035 marcava 13,49%, igual ao ajuste da véspera.

Assim como ocorreu em outras sessões recentes, os juros futuros pouco oscilaram no Brasil nesta terça-feira, em uma sessão esvaziada de indicadores e sem notícias de impacto para a curva. Com isso, as atenções se voltaram principalmente para o exterior.

“Entre ontem e hoje, o mercado começou a acompanhar um pouco mais o comportamento estrangeiro que, por sua vez, está em compasso de espera pelo resultado da Nvidia e pelo payroll atrasado”, pontuou o analista Matheus Spiess, da Empiricus Research.

A divulgação do balanço da fabricante norte-americana de chips Nvidia, na quarta-feira, poderá subsidiar as avaliações do mercado sobre os preços atuais das ações de tecnologia -- um ponto de atenção dos agentes, que temem correções de baixa mais intensas após a disparada da inteligência artificial.

Também na quarta-feira (19) o Federal Reserve divulgará a ata de seu último encontro de política monetária.

Já o governo dos EUA divulgará na quinta-feira (20) o relatório de empregos payroll -- o primeiro desde o fim da paralisação do governo norte-americano. Neste caso, os agentes estarão atentos a pistas sobre se o Federal Reserve voltará a cortar juros em dezembro.

O mercado precificava neste fim de tarde 51,1% de probabilidade de a taxa de juros nos EUA seguir na faixa de 3,75% a 4,00% em dezembro, contra 48,9% de chance de corte de 25 pontos-base, conforme a Ferramenta CME FedWatch.

“Se tivemos um bom resultado da Nvidia e o payroll mostrar fraqueza adicional no mercado de trabalho, isso pode reforçar uma tendência positiva nos mercados”, afirmou Matheus Spiess, da Empiricus Research. “O problema é que, como é feriado no Brasil na quinta-feira, a digestão do payroll por aqui será toda na sexta”, acrescentou.

A expectativa antes das divulgações limitou os movimentos na curva brasileira e manteve as apostas para a taxa básica Selic, hoje em 15% ao ano, praticamente congeladas.

Perto do fechamento da sessão regular a curva brasileira precificava 98% de probabilidade de manutenção da taxa básica Selic em 15% em dezembro.

No exterior, o dia foi de queda para os índices de ações em Nova York e busca pela proteção dos Treasuries, cujos rendimentos cederam. Às 16h35, o rendimento do Treasury de dois anos--que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo-- tinha queda de 3 pontos-base, a 3,583%.

Já o retorno do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- caía 1 ponto-base, a 4,123%.

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