Dólar cai pela 7ª sessão seguida e fecha a R$ 5,42 após juros nos EUA e no Brasil; bolsa recua
Autoridade monetárias tomaram decisões opostas, com queda do Fed e elevação pelo Copom
Dólar e Ibovespa encerraram em queda nesta quinta-feira (19), com investidores digerindo a queda dos juros nos Estados Unidos e a elevação da Selic pelo Banco Central (BC) na véspera.
A divisa norte-americana fechou o dia com perda de 0,71%, negociada a R$ 5,421. Foi a sétima sessão consecutiva de perda do dólar contra o par brasileiro, período que acumulou desvalorização de 4,14%.
Para Anderson Silva, sócio da GT Capital, o recuo da moeda norte-americana vem em linha com o apetite ao risco dos investidores globais, que espera novos cortes nos juros pelo Federal Reserve (Fed).
O principal índice do mercado brasileiro encerrou a sessão com recuo de 0,47%, aos 133.122 pontos, se descolando do bom humor visto nos mercados em Wall Street e nas principais praças da Europa.
Na véspera, o Fed cortou os juros em 0,5 ponto percentual, iniciando um novo ciclo de afrouxamento monetário, à medida que as autoridades demonstram maior preocupação com o esfriamento do mercado de trabalho.
Segundo o chair do banco central dos EUA, Jerome Powell, a “decisão reflete nossa crescente confiança de que, com uma adequada recomposição da postura de nossa política monetária, a força do mercado de trabalho pode ser mantida em um contexto de crescimento moderado e a inflação se movendo de forma sustentável para 2%”.
“A decisão do Fed atrai dinheiro de risco para o mercado americano que está forte, que inclusive faz nova máxima histórica no dia de hoje”, diz Silva.
Alta na Selic
No Brasil, o caminho foi o oposto, com Comitê de Política Monetária (Copom) do BC subindo os juros em 0,25 ponto, elevando a Selic a 10,75% ao ano.
A decisão já era esperada pelos analistas, que enxergam novos aumentos ao longo dos próximos meses. As atenções se voltaram ao tom do recado, considerado mais duro pelos investidores.
Junto da decisão, o BC reforçou que há mais riscos para alta da inflação, citando o aquecimento da economia doméstica e a desancoragem das expectativas para a inflação.
“A decisão do Copom de elevar a Selic em 0,25, apesar de ‘esperada e precificada’ pelo mercado, acabou afetando os ativos domésticos e com a expectativa do mercado de mais aumentos nas próximas reuniões trouxe uma continuação do movimento de realização dos últimos dias”, disse Silva.
* Com informações de Reuters