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Ibovespa cai 1% com reajustes e dólar sobe a R$ 5,34 de olho nos EUA

Aprovação da isenção do IR na Câmara também esteve no radar dos investidores

Da CNN Brasil*
Ibovespa; Bolsa de valores
Volume financeiro do pregão somou R$ 19.422.134.698  • Foto: NurPhoto/Getty Images
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Após abrir o dia em baixa, o dólar encerrou o pregão em alta nesta quinta-feira (2), com os investidores tendo no radar o impacto da paralisação do governo dos Estados Unidos e, no Brasil, a aprovação do projeto de isenção do IR (Imposto de Renda) na Câmara dos Deputados.

Em entrevista nesta manhã em Brasília, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse não esperar dificuldades para aprovação, também no Senado, da isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês.

O dólar à vista fechou em alta de 0,23%, aos R$ 5,34 na venda.

Já, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, perdeu o patamar dos 145 mil pontos, ainda sob efeito de ajustes aos movimentos de setembro, enquanto as ações do Banco do Brasil se destacaram entre as poucas altas. O índice recuou 1,08%, aos 143.949,64 pontos.

O volume financeiro do pregão somou R$ 19.422.134.698.

 

Na noite de quarta-feira (1º), a Câmara aprovou, por unanimidade, o projeto que amplia a faixa de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês e concede desconto aos que recebem até R$ 7.350.

Em uma vitória do governo, os deputados mantiveram no texto as contrapartidas propostas pelo Executivo para compensar a renúncia fiscal, estimada em R$ 25,8 bilhões em 2026.

Como compensação, o texto prevê a taxação em até 10% daqueles que ganham acima de R$ 50 mil por mês. A proposta vai agora ao Senado.

Em entrevista nesta manhã em Brasília, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a aprovação na Câmara e disse não esperar dificuldades na tramitação no Senado.

"Não acredito que vá haver problemas, inclusive porque este projeto não busca só justiça tributária, ele busca justiça tributária com ancoragem fiscal", disse Haddad.

Mais do que a isenção em si, era justamente a compensação que estava no foco do mercado, que temia que o texto fosse desidratado na Câmara. Sem a compensação, haveria um impacto fiscal negativo, temor que ajudou a sustentar a curva de juros brasileira na véspera.

Cenário exterior

No exterior, o viés para o dólar era negativo mais cedo, com as cotações traduzindo ainda o desconforto do mercado com a paralisação parcial do governo americano, após republicanos e democratas não chegarem a um acordo sobre o Orçamento no Congresso.

Mas a divulgação de um indicador calculado pelo Federal Reserve de Chicago alterou o cenário, ao mostrar que a taxa de desemprego nos EUA foi provavelmente de 4,3% em setembro, inalterada em relação a agosto.

Como a divulgação do relatório payroll, prevista para sexta-feira (3), pode não ocorrer em razão da paralisação do governo dos EUA, os investidores se apegaram ao dado do Fed de Chicago.

Logo após a divulgação, os rendimentos dos Treasuries subiram e o dólar reduziu suas perdas ante outras divisas. Às 9h55, o índice do dólar - que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas - estava estável em 97,728.

No Brasil, os dados dos EUA apagaram as perdas do dólar, que se reaproximou da estabilidade.

Na quarta-feira, o dólar à vista fechou em leve alta de 0,10% no Brasil, aos R$ 5,3280.

*Com informações da Reuters

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