Dólar sobe a R$ 5,50 após Fed e à espera de Copom; bolsa cai
Federal Reserve manteve inalterados os juros nos Estados Unidos entre a faixa de 4,25% e 4,5% ao ano

O dólar encerrou a sessão muito próximo da estabilidade ante o real nesta quarta-feira (18), pouco acima dos R$ 5,50, enquanto a bolsa teve uma leve queda, com o mercado à espera da decisão de juros pelo Banco Central (BC) aqui no Brasil e depois da manutenção da taxa pelo Federal Reserve (Fed).
O dólar à vista subiu 0,07%, a R$ 5,50123 na venda. Já o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, recuou 0,09%, a 138.716,64 pontos.
O movimento do real nesta sessão tinha como pano de fundo a leve fraqueza da divisa norte-americana ante seus pares nos mercados globais, ainda que houvesse pouca volatilidade nas negociações enquanto os agentes financeiros aguardam pelos eventos do dia.
Cenário internacional
O Federal Reserve (Fed) manteve inalterados os juros nos Estados Unidos entre a faixa de 4,25% e 4,5% ao ano, conforme decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) publicada nesta quarta-feira.
A decisão foi unânime, segundo comunicado. Os membros sinalizaram que os custos dos empréstimos ainda devem cair neste ano, mas reduziram o ritmo geral dos futuros cortes esperados diante da estimativa de inflação mais alta decorrente das tarifas do governo de Donald Trump.
Desde sexta-feira, entrou também no radar o conflito no Oriente Médio, com Israel e Irã trocando ataques de mísseis, o que elevava os temores de transtornos na produção e exportação de petróleo na região, aumentando os preços do combustível no mercado internacional.
Os investidores estarão atentos às projeções econômicas e de juros atualizadas do Fed, após os membros projetarem em março duas reduções de 0,25 ponto percentual na taxa de juros até o fim deste ano.
Diante da espera pela decisão do Fed e por mais novidades sobre a guerra no Oriente Médio, investidores optavam pela cautela neste pregão, sem realizar grandes apostas para qualquer direção.
"Embora estejamos preocupados que esta fase possa ser o início de um conflito sustentado na região, a precificação de riscos geopolíticos tem sido historicamente efêmera", disseram analistas do Citi em relatório.
"No entanto, se os fluxos de petróleo forem significativamente interrompidos, o impacto global poderá ser significativo."
Cenário doméstico
No Brasil, o mercado nacional avaliará após o fechamento dos mercados a decisão do Comitê de Política Monetária do BC sobre a taxa de juros Selic.
As apostas do mercado estão divididas entre a manutenção dos juros em 14,75% — com chance de 55% — e uma alta de 0,25 ponto — com probabilidade de 45% —, de acordo com números da LSEG.
Os investidores também seguem de olho no impasse sobre as tentativas do governo de elevar as alíquotas do IOF, após a Câmara dos Deputados aprovar na segunda a urgência de votação de um projeto legislativo para derrubar o plano do Executivo.
Na terça-feira, o dólar à vista fechou em leve alta de 0,18%, a R$ 5,4972.
*Com informações da Reuters