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Dólar cai 0,6% na semana com sinais de alívio em tarifas; bolsa sobe

Investidores aguardam desdobramentos nas relações comercias entre EUA e China em meio bateria de dados da economia norte-americana

Da CNN Brasil*
Ibovespa
Painel de ações de empresas que compõem o Ibovespa  • Cris Faga/NurPhoto via Getty Images
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O dólar fechou em queda e o Ibovespa teve ligeira alta nesta sexta-feria (2), na volta do ferido do Dia do Trabalho, com investidores à espera de novos desdobramentos da guerra comercial entre China e Estados Unidos, enquanto digeriram uma bateria de dados econômicos nos EUA e na Europa.

O principal índice acionário brasileiro encerrou com alta de 0,05%, garantindo o resultado positivo nos últimos minutos do pregão após passar a maior parte do dia em queda.

O movimento do dia foi visto como correção ante a recente sequência de ganhos que levou o Ibovespa ao melhor patamar desde setembro do ano passado.

Com isso, Ibovespa fechou a semana com alta de 0,29%.

Em um dia de liquidez menor, o dólar à vista fechou em baixa de 0,36%, aos R$ 5,656. Na semana, a divisa norte-americana acumulou recuo de 0,60%.

Enquanto investidores ajustam posições no Ibovespa, os ganhos do real nesta sessão ocorriam na esteira de perdas amplas da divisa norte-americana nos mercados globais. O movimento se dá pois os agentes financeiros demonstravam maior apetite por risco devido à perspectiva de início das negociações tarifárias entre EUA e China que podem reduzir as tensões comerciais.

O Ministério de Comércio da China afirmou nesta sexta-feira que Pequim está "avaliando" uma oferta dos EUA para discutir as tarifas do presidente norte-americano, Donald Trump, embora tenha advertido o país a não usar "extorsão e coerção".

O posicionamento chinês ameniza a incerteza criada ao longo da semana com as percepções diferentes entre os dois países sobre as relações comerciais. Enquanto autoridades dos EUA apontavam que um acordo poderia ser alcançado em breve, Pequim reiterava que não havia discussões em andamento.

Uma vez que os mercados temem que a guerra comercial possa levar a uma recessão global neste ano, investidores aproveitavam para buscar ativos mais arriscados após o alívio na questão tarifária.

Dados econômicos

Nos EUA, o payroll mostrou que houve a criação de 77 mil empregos em abril, acima das expectativas de 138 mil. O relatório  é a principal métrica do mercado de trabalho norte-americana.

O salário médio por hora aumentou 0,17%, ou US$ 0,06, a US$ 36,06, na comparação mensal de abril. A variação ficou abaixo da projeção do mercado, de alta de 0,30%. Na comparação anual, houve aumento salarial de 3,77% em abril, também aquém do consenso, de ganho de 3,90%.

Já a taxa de desemprego dos EUA permaneceu em 4,2% em abril, repetindo o nível de março.

Na Europa, dados melhores que o esperado refletiram no ânimo dos mercados por lá.

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da zona do euro subiu de 48,6 em março para 49 em abril, atingindo o maior nível em 32 meses. O resultado superou a projeção de mercado de 48,7 para o mês. Ainda assim, a manufatura do bloco segue em contração por ter leitura inferior a 50.

Já na Alemanha, o PMI industral também acelerou levemente acima do esperado, indo de 48,3 em março para 48,4 em abril, também no maior nível em 32 meses.

Por sua vez, a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da zona do euro permaneceu em 2,2% em abril, repetindo o nível de março --acima da expectativa de leve queda a 2,1%.

*Com informações da Reuters

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