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Dólar e Ibovespa recuam após resposta tímida do Irã a ataques dos EUA

Mercados acompanham desdobramentos da retaliação do país persa; petróleo perde mais de 7%

Da CNN Brasil*
Nota de 100 dólares
Nota de 100 dólares  • 07/02/2011 REUTERS/Lee Jae-Won
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Dólar e Ibovespa se firmam em queda nesta segunda-feira (23), com o aumento das expectativas de que a resposta de Teerã ao bombardeio norte-americano a algumas instalações nucleares no Irã será limitada e depois da vice-chair de Supervisão do Federal Reserve, Michelle Bowman, afirmar que o banco central dos EUA deve considerar cortes na taxa básica em breve.

O dólar teve uma queda de 0,42%, negociado a R$ 5,5041 na venda.

Enquanto o Ibovespa perdeu 0,41%, nos 136.550,50 pontos, em movimento oposto de valorização das bolsas em Wall Street. A bolsa foi puxado pela Petrobras entre as maiores pressões negativas, em meio ao tombo do petróleo no exterior.

A commodity caiu mais de 7%, marcada por uma sessão volátil.

Tensão no Oriente Médio

O Irã confirmou, nesta segunda-feira, um ataque às bases americanas militares no Iraque e Catar.

Os EUA estão monitorando múltiplos mísseis disparados do Irã em direção a instalações militares americanas no Catar e no Iraque, segundo dois oficiais familiarizados com o assunto.

O secretário de Defesa, Pete Hegseth, e o presidente do Estado-Maior Conjunto, Dan Caine, estão na Sala de Situação, de acordo com um funcionário da Casa Branca.

O ataque ocorre em retaliação ao bombardeio de forças dos EUA contra três instalações nucleares do Irã no sábado (21).

O presidente norte-americano, Donald Trump, disse no domingo (22) que os EUA "obliteraram" as principais instalações nucleares do Irã em ataques realizados na véspera com enormes bombas destruidoras de bunkers, juntando-se a Israel na guerra contra a República Islâmica.

Em resposta ao ataque, o Irã afirmou que "reserva todas as opções para defender sua soberania, seus interesses e seu povo", indicando que pretende retaliar as ações militares dos EUA.

Os mercados globais estavam receosos que a retaliação de Teerã possa vir com o fechamento do Estreito de Ormuz, onde circula quase 25% do comércio global de petróleo, o que poderia afetar de forma significativa os preços de energia e, em consequência, a inflação e a atividade econômica.

A expectativa é de uma retaliação do Irã aos bombardeios dos EUA mais limitada.

"Não parece que, no momento, o Irã vá obter apoio militar da Rússia ou da China para retaliar", disse Helen Given, diretora de negociações da Monex USA.

Juros nos EUA

A vice-chair de Supervisão do Federal Reserve, Michelle Bowman, disse que o momento para cortar os juros pode estar se aproximando rapidamente, ressaltando estar mais preocupada com os riscos para o mercado de trabalho e menos preocupada com a possibilidade de as tarifas causarem um problema de inflação.

"Bowman é conhecidamente a favor de uma abordagem hawkish, portanto, qualquer indicação que ela esteja dando no sentido de flexibilizar e reduzir a taxa de juros colocará o dólar em desvantagem", explicou Helen Given.

Os futuros de juros do Fed estão agora precificando 58 pontos-base de cortes este ano, indicando expectativas de que dois cortes de 25 pontos-base são certos, com uma chance crescente de uma terceira redução.

O dólar foi impulsionado quando o banco central dos EUA deixou a taxa básica inalterada e o chair do Fed, Jerome Powell, disse que as autoridades monetárias esperam que a inflação aumente durante o verão do hemisfério norte devido às tarifas do governo Trump.

Powell deporá perante o Congresso dos EUA na terça e quarta-feira.

*Com informações da Reuters

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