Ibovespa supera 154 mil pontos pela 1ª vez e dólar oscila após Copom
Tal desempenho coloca a bolsa no caminho da 12ª alta seguida que, se confirmada, significará a maior sequência desde a série registrada entre maio e junho de 1994

O Ibovespa engata nova alta nesta quinta-feira (6), superando a marca dos 154 mil pontos pela primeira vez, com investidores analisando a nova bateria de balanços e o tom mais conservador do BC (Banco Central) ao manter os juros em 15% ao ano.
O desempenho coloca a bolsa no caminho da 12ª alta seguida que, se confirmada, significará a maior sequência desde a série registrada entre maio e junho de 1994, com 15 altas.
O movimento destoa dos mercados globais, com bolsas operando no vermelho na Europa e em Nova York. O clima deixa o dólar instável, operando entre leves perdas e ganhos durante a sessão.
Por volta das 13h, o Ibovespa subia 0,25%, aos 153.684 pontos. Mais cedo, o pregão bateu a máxima de 154.325 pontos.
Na mesma hora, o dólar recuava 0,12% ante o real, negociado a R$ 5,355 na venda.
BC mantém Selic em 15%
O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC manteve a Selic em 15% ao ano na quarta-feira (5), sem sinalizar possíveis cortes à frente. No comunicado, o colegiado manteve no texto a frase sobre manter a taxa no nível atual por um "período bastante prolongado."
A expressão tende a dificultar as apostas em relação ao início do ciclo de queda da Selic, o que pode gerar expectativa de desaceleração da atividade, mas manter a atratividade do investidor estrangeiro no Ibovespa, que ainda tem ações consideradas "baratas" por especialistas.
"O comunicado não trouxe mudanças substanciais que nos fizessem concluir que estamos nos aproximando do início do ciclo de corte de juros no Brasil", afirmou a equipe da Ágora Investimentos em relatório enviado a clientes nesta quinta-feira.
"O BC segue firme com seu compromisso de levar a inflação o mais próximo possível da meta de 3%", acrescentaram, alterando o cenário base para primeiro corte de juros para março de 2026.
No mercado de câmbio, a manutenção da Selic, somada ao processo de cortes dos juros nos Estados Unidos, tem favorecido a leitura de que o Brasil segue atrativo ao capital internacional -- algo que tem pesado nas cotações do dólar ante o real.
Temporada de balanços
O mercado também segue acompanhando a temporada de balanços, com atenção para dados da Petrobras e Suzano, após o fechamento.
Nesta quarta, a Axia (antiga Eletrobras) informou que encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido ajustado de R$ 2,176 bilhões, uma queda anual de 68%.
Mercados globais
As bolsas operam no vermelho em Nova York, com mercado analisando dados de balanço, enquanto o governo dos Estados Unidos entra no 57º dia de shutdown — o mais longo da história.
As principais praças na Europa seguem o mesmo caminho. Mais cedo, o Banco da Inglaterra manteve sua taxa básica de juros em 4% ao ano, mas a decisão foi apertada, com 5 votos a 4, o que indica a possibilidade de corte à frente. Com isso, a libra subia ante o dólar. O euro e o iene também avançavam.
*Com informações da Reuters e Agência Estado


