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Dólar cai a R$ 5,44 e Ibovespa recua 0,13% de olho nas tarifas de Trump

Presidente dos EUA, Donald Trump enviou cartas a líderes de vários países na segunda-feira (7), informando-os sobre a aplicação de novas tarifas

Da CNN Brasil*
Imagem ilustrativa de notas de 1 dólar
Na segunda-feira (7), o dólar à vista fechou em alta de 1,04%, a R$ 5,4809  • 19/03/2025 - REUTERS/Dado Ruvic
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O dólar fechou o dia em queda ante o real nesta terça-feira (8), devolvendo parte dos fortes ganhos da véspera, conforme os investidores avaliavam as mudanças anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na política comercial do país, o que incluía um novo prazo para negociações tarifárias.

A divisa norte-americana à vista caiu 0,63%, a R$ 5,4466 na venda.

Enquanto isso, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, recuou 0,13%, aos 139.302,85 pontos.

Os papéis da Petrobras (+2,52%) atenuaram a pressão negativa de ações como Weg (-4,06%) e BTG Pactual (-2,36%), enquanto agentes financeiros continuaram acompanhando o noticiário envolvendo as tarifas comerciais norte-americanas.

Após Trump afirmar que irá anunciar uma tarifa sobre a importação de cobre dos EUA, os papéis da Weg começaram a recuar no pregão.

Os movimentos do real nesta sessão tinham como pano de fundo uma recuperação modesta de ativos mais arriscados no exterior, uma vez que os mercados demonstravam um otimismo cauteloso com os anúncios tarifários feitos por Trump na segunda-feira.

Cenário externo

Ao enviar cartas sobre tarifas para alguns parceiros, como Japão e Coreia do Sul, o presidente norte-americano estendeu o prazo para que os países fechem acordos comerciais com Washington para 1º de agosto, ante o prazo anterior de quarta-feira.

A decisão evitou a implementação das tarifas abrangentes anunciadas por Trump em abril já nesta semana, gerando mais espaço para discussões com os parceiros, o que fomentava as expectativas de que a abordagem dos EUA, apesar de agressiva e errática, não vai gerar uma guerra comercial total.

Para emergentes, este novo panorama fornecia espaço para que suas divisas recuperassem as perdas da sessão anterior, quando a ameaça de Trump de impor tarifa de 10% a países alinhados às "políticas antiamericanas" do Brics provocou a queda dessas moedas.

Na segunda-feira, o dólar à vista fechou em alta de 1,04%, a R$ 5,4809, no Brasil.

Uma fonte familiarizada com o assunto ainda disse à Reuters na segunda que qualquer tarifa contra membros do Brics não seria aplicada imediatamente, mas que os EUA farão isso se os países individualmente adotarem as chamadas ações políticas "antiamericanas".

"Pela reação dos mercados, eu interpreto que os investidores estão céticos quanto à possibilidade de realmente haver um aumento das tarifas de importação, ou pelo menos nessa magnitude, e que Trump deve estar blefando", disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

"Trump estaria utilizando o tema das tarifas como um instrumento de negociação para pressionar outros países a fazerem acordos comerciais, mas que, no fundo, não teria a intenção de manter essas tarifas por muito mais tempo", completou.

Por outro lado, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,23%, a 97,575.

Cenário no Brasil

Na cena doméstica, o mercado nacional estará focado neste pregão em falas de autoridades. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concedeu entrevista ao vivo pela manhã para o Canal Metrópoles.

Já o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participou de almoço com membros da Frente Parlamentar Mista do Empreendedorismo (FPE) e associados do Instituto Unidos Brasil (IUB)​, em Brasília.

Na frente de dados, as vendas no varejo brasileiro recuaram 0,2% em maio na comparação com o mês anterior e subiram 2,1% sobre um ano antes, informou o IBGE, em resultado abaixo do esperado por economistas consultados pela Reuters.

*Com informações da Reuters

Publicado por Gisele Farias, da CNN, em São Paulo

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