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Dólar sobe 1% e volta a R$ 5,50 após novas tarifas de Trump; bolsa cai

Investidores também aguardavam a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve

Da CNN Brasil*
Painel de cotações na B3, em São Paulo
Painel de cotações na B3, em São Paulo  • 06/07/2023 REUTERS/Amanda Perobelli
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O dólar subiu pouco mais 1% e o Ibovespa recuou nesta quarta-feira (9), descolado do tom mais positivo em praças acionárias no exterior, conforme os investidores continuavam atentos às ameaças tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump e enquanto avaliavam a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve.

O Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, caiu 1,31%, aos 137.480,79 pontos. Já dólar à vista subiu 1,05%, a R$ 5,50359 na venda.

Os movimentos do real tinham como pano de fundo a força do dólar ante divisas emergentes nesta sessão, com ganhos frente ao rand sul-africano e ao peso chileno, uma vez que os agentes demonstravam aversão a esses ativos na esteira das novas ameaças de tarifas por parte de Trump.

Cenário exterior

Trump afirmou na véspera que anunciará algo relacionado ao comércio com pelo menos sete países na manhã desta quarta, enquanto outros países serão nomeados à tarde.

Ainda na terça-feira, Trump ampliou sua guerra comercial global ao apresentar uma tarifa de 50% sobre o cobre importado e dizer que as taxas sobre semicondutores e produtos farmacêuticos, há muito ameaçadas, serão aplicadas em breve. Ele ainda prometeu tarifas de 10% para países do Brics.

Em um sinal de alívio na questão tarifária estava o adiamento da imposição de tarifas abrangentes sobre uma série de países para 1º de agosto. O prazo anterior era esta quarta-feira.

As moedas de emergentes também pareciam estar devolvendo alguns dos ganhos acumulados no pregão anterior. Na terça-feira, o dólar à vista fechou com queda de 0,63%, a R$ 5,4466, no Brasil.

"Vejo a pauta das negociações tarifárias como principal driver hoje mais uma vez. Teremos o anúncio a ser feito pelo Trump. Ontem, ele reiterou a ameaça sobre o Brics", disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

Mais tarde, o foco dos investidores estará em torno da publicação da ata da reunião de junho do Fed, às 15h (horário de Brasília). Os mercados buscarão sinais sobre quando o banco central dos EUA poderá retomar os cortes na taxa de juros.

O índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – subia 0,08%, a 97,630.

Cenário no Brasil

Na cena doméstica, o pregão tinha poucos impulsionadores, influenciado pelo feriado no Estado de São Paulo que celebra a Revolução Constitucionalista de 1932.

Pela manhã, o mercado monitorava a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em audiência da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, às 10h, sobre economia e a atuação da autarquia.

Qualquer novidade em relação ao impasse sobre a tentativa do governo de elevar a cobrança do Imposto sobre IOF (Operações Financeiras) também pode movimentar as negociações. No momento, a disputa entre Executivo e Legislativo se encontra no âmbito do STF (Supremo Tribunal Federal).

"O retorno dessa pauta está na mira do investidor estrangeiro e local justamente por envolver o ajuste das contas públicas", afirmou Bergallo.

*Com informações da Reuters

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