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Petróleo dispara mais de 5% após sanções dos EUA a petrolíferas russas

Contratos futuros da commodity encerraram o dia em alta em meio às retaliações às petrolíferas russas pelos Estados Unidos

Da CNN Brasil*
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Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta acima de 5% nesta quinta-feira (23), em meio às tensões comerciais entre os Estados Unidos e a Rússia.

Os EUA anunciaram na última quarta-feira (22) sanções às principais petrolíferas russas e suas subsidiárias, a Lukoil e Rosneft.

O petróleo WTI para dezembro, negociado na Nymex (New York Mercantile Exchange), avançou 5,62%, negociado a US$ 61,79 por barril. Já contratos do tipo Brent para dezembro, negociado na ICE (Intercontinental Exchange de Londres), dispararam 5,43%, a US$ 65,99 por barril.

Em um documento assinado pelo Tesouro e publicado por Donald Trump nas redes sociais, o presidente dos EUA pedia a Moscou que concordasse imediatamente com um cessar-fogo na guerra da Rússia na Ucrânia.

Além das sanções às petrolíferas, 117 navios foram incluídos na lista de restrições, pressionando a alta dos preços do petróleo.

Após as retaliações americanas, o presidente russo, Vladimir Putin, minimizou o impacto da medida, afirmando que a Rússia "jamais cederá" à qualquer pressão.

Há também a expectativa de que a Índia reduza drasticamente importações de petróleo russo para cumprir as novas sanções impostas pelos EUA. Trump já havia prometido manter tarifas contra o país comandado pelo primeiro-ministro Narendra Modi caso a compra da commodity russa continuasse.

O país atua hoje com tarifas totais de 50% para exportações à nação americana.

Reação do mercado

Ainda nesta quinta-feira, os mercados reagiram às sanções emplacadas pelo governo Trump.

"O anúncio de sanções dos EUA à Rosneft e à Lukoil é uma grande escalada na segmentação do setor energético da Rússia e pode ser um choque grande o suficiente para levar o mercado global de petróleo a um déficit no ano que vem", disse David Oxley, economista-chefe de clima e commodities da Capital Economics.

Para Marcela Kawauti economista-chefe da Lifetime Gestora de Recursos, as sanções ainda podem levar a uma escalada de tensões, afetando o conflito Rússia-Ucrânia e as relações comerciais. Além disso, as incertezas sobre o conflito comercial entre EUA e China também estão no radar.

“O que também levou a escalada de incertezas é a questão da China. O Trump e o Xi Jinping iam se encontrar no fim do mês. Depois disseram que não vão se encontrar. Agora existe inclusive a expectativa de sanções de exportações. Então a escalada de incertezas foi por conta desses dois vetores. Tanto a questão da Rússia quanto a questão da China”, explica.

A Rússia foi o segundo maior produtor de petróleo bruto do mundo em 2024, depois dos EUA, de acordo com dados de energia dos EUA.

*Com informações da Reuters e de Gisele Farias

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