Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    CNN Brasil Money

    Real tem melhor desempenho de moedas contra dólar nesta quarta (6) com expectativa por ajuste fiscal

    Depois de abrir em disparada com eleição de Trump, divisa norte-americana inverteu e encerrou sessão com queda de 1,26%, a R$ 5,67

    João Nakamurada CNN , em São Paulo

    A expectativa pela apresentação do esperado pacote de ajuste fiscal do governo federal deu fôlego ao real e fez a moeda brasileira ter o melhor desempenho contra o dólar entre as principais economias globais, nesta quarta-feira (6).

    O movimento reverteu a disparada vista nas primeiras horas de negociação, quando o dólar chegou ao patamar de R$ 5,86, repercutindo a vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos.

    Ao longo do dia, o movimento esfriou com maior destaque ao noticiário doméstico, e a moeda norte-americana encerrou em queda de 1,26%, cotada em R$ 5,6774.

    Nas últimas semanas, o chamado “Trump Trade” – negócios Trump, em tradução livre, movimento precificando valorização do dólar com a vitória do republicano – vinha ditando parte dos negócios, o que puxou um rali de alta forte da divisa, que chegou ao maior patamar desde a pandemia na sexta-feira (1º).

    O que especialistas ouvidos pela CNN apontam é que parte do movimento relacionado às eleições norte-americanas já haviam sido precificados nos últimos dias, de modo que qualquer valorização extra já havia se esgotado.

    As expectativas da corrida pela Casa Branca dividiam a atenção do mercado com o cenário fiscal doméstico, que ganhou ainda mais relevância nos últimos dias com a expectativa de apresentação de um pacote e medidas para ajustes das contas pelo governo federal.

    A apresentação era esperada para após o fim do segundo turno das eleições municipais, encerrado no dia 27 de outubro. A expectativa, porém, foi frustrada após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmar, na terça (29), que não havia previsão para a divulgação.

    A frustração se converteu em disparada do dólar – que chegou ao maior patamar em mais de quatro anos – e críticas ao governo. Em resposta, o ministro da Fazenda cancelou uma série de agendas que teria na Europa nesta semana para focar nos debates fiscais.

    Agora, a expectativa é que as medidas sejam divulgadas ainda nesta semana. Desde segunda (4), a equipe econômica se reúne com Lula e outros ministros para debater os ajustes, o que trouxe mais calma ao mercado, mesmo que nada de oficial tenha sido anunciado.

    Considerando o desempenho do real ante as outras moedas, Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, avalia que o movimento está ligado ao cenário fiscal.

    “Realização do lucro pode ter acontecido, mas pelo dinamismo do real em relação com outras moedas, tem a ver com fatores locais”, diz.

    O que se espera é uma série de medidas estruturais visando, além do curto prazo, assegurar a sustentabilidade a longo prazo do arcabouço fiscal.

    Para Emerson Junior, head de câmbio na Convexa Investimentos, as negociações envolvendo ministérios que antes eram vistos como “intocáveis” aumenta a expectativa do mercado para as medidas.

    “A maioria das moedas também esfriaram suas altas ao longo do dia, mas o ganho do real foi muito mais expressivo. Nesse sentido, avalio que as movimentações do Ministério da Fazenda começaram a fazer preço”, afirma.

    Tópicos