Restoque recebe aporte de R$ 100 mi e passa a se chamar “Veste”
Empresa de moda premium realiza mudanças na administração com novos membros no conselho e novo CEO
Após conversão de dívidas, a Restoque, dona da Le Lis Blanc, John John e Dudalina, passa por reestruturação, muda na gestão e nome, visando um crescimento mais rápido. A companhia terá aumento de capital de R$ 100 milhões, ancorado pela WNT Capital.
A marca, que passa a se chamar Veste S.A. Estilo (mudando também o ticker na B3 para VSTE3), agrupará suas ações na proporção de 8 para 1.
“A companhia tem uma história consagrada no mercado brasileiro e um portfólio de marcas desejadas pelos clientes. Em 2019 reorientamos nossa estratégia e elaboramos um planejamento assertivo para o novo momento do mercado de consumo. Os resultados dessas ações já apareceram no ano passado e se fortaleceram neste ano”, afirma Marcelo Lima, presidente do Conselho de Administração.
Esses resultados motivaram o ingresso de novos acionistas na companhia, por meio de um aumento de capital de R$ 1,6 bilhão, concluído no último mês de outubro, reforçando a estrutura de capital da empresa. Fundos administrados pela WNT Gestora de Recursos, que tem como principal investidor o Banco Master, do banqueiro Daniel Vorcaro, responsável pela estruturação e investimento na operação de conversão, se tornaram acionistas relevantes da Companhia, com 56% da empresa.
O aumento de capital, aprovado pelo Conselho de Administração, serão aplicados em reformas de lojas físicas e transformação digital, visando a ampliação do marketing e criação de apps para suas principais marcas.
Lima diz que as lojas já reformadas estão crescendo cerca de 20 pontos percentuais a mais que o crescimento da Restoque toda. A previsão é de renovar mais 51 lojas, das 185, até o final do ano que vem.
Ele mostra que obras que incluem uma redução no tamanho das lojas, refletem na queda do custo do aluguel. “Na loja da Le Lis Blanc no Iguatemi JK, por exemplo, fizemos uma reforma e reduzimos em 73% o tamanho da loja. Com isso, o faturamento cresceu 30%. Na loja da John John no Iguatemi também fizemos uma adequação do espaço e o resultado foi igual”.
Mudanças na administração
Além do cenário financeiro, o conselho da companhia também aprovou promover o COO Alexandre Afrange ao cargo de CEO, no lugar de Livinston Bauermeister, que estava há sete anos no comando da empresa.
Alexandre foi um dos fundadores da Le Lis Blanc e já havia sido o CEO ente 2014 e 2015. Após cinco anos, voltou para a Restoque como head da Le Lis Blanc e, em 2021, assumiu como diretor de operações.
Marcelo Lima, acionista de referência, continuará como presidente do Conselho, do qual também participa Luciana Cezar Coelho e ingressam João De Biase, Paulo Figueiredo e Carolina Wosiack.
“Ao longo deste ano, venho trabalhando com o Marcelo, o Conselho e o Alexandre para lançar esse novo ciclo e garantir uma estratégia de sucessão sem rupturas, reforçando o engajamento e motivação do nosso time”, ressalta o atual CEO Livinston Bauermeister.
Ao longo dos últimos anos, a companhia promoveu uma série de ações: consolidação das operações fabris e dos centros de distribuição, digitalização de vendas e processos, implementação da operação omnichannel, dentre outras.
Visando um caminho mais sustentável, desenvolveu e implementou o Programa +R, com as premissas de Reduzir, Respeitar e Realizar, em prol da sociedade e meio ambiente.
Segundo dados do balanço financeiro da Restoque do terceiro trimestre, o faturamento bruto deste período foi de R$ 351,8 milhões, o que significa um crescimento de 26,3% quando comparado com o mesmo período do ano passado.
A margem bruta de 61,0% no trimestre, representa um acréscimo de 4,1 pontos percentuais quando comparado com o terceiro trimestre de 2021. O Ebitda registrou um resultado de R$ 55,5 milhões, uma variação de 79,9% na mesma comparação.
O faturamento pelo canal B2B foi de R$ 103,5 milhões no período, 67% maior do que o terceiro trimestre de 2021. No acumulado dos de janeiro a setembro, o canal atinge a marca de R$ 218,8 milhões, 50,6% maior que o mesmo período do ano passado.
Para este ano, Lima diz que a empresa projeta um fechamento no faturamento bruto de R$ 1,3 bilhão, uma alta de 21%, lucro bruto de R$ 660 milhões e EBITDA de cerca de R$ 200 milhões, ou seja, um crescimento de 115%.