Fusão com a Azul: Entenda por que Gol desistiu de negociações
Companhia, controlada pelo grupo Abra, disse que a decisão ocorreu devido ao processo de reestruturação internacional da Azul e mudanças no cenário

Após nove meses de tratativas, o grupo Abra, controlador da Gol, anunciou o fim das negociações para uma possível fusão com a Azul. A intenção de união dos negócios havia sido anunciada pelas empresas em janeiro deste ano.
O anúncio também é valido para o acordo de compartilhamento de voos (codeshare), comunicado pelas companhias em maio de 2024.
A justificativa da decisão, segundo a Gol, é que houve uma mudança no cenário, já que a Azul entrou em processo de reestruturação internacional, o que levou ao encerramento das conversas entre as companhias.
Conforme comunicado na noite de quinta-feira (25), apesar da disposição inicial em avançar, as discussões não progrediram nos últimos meses, devido “ao foco da Azul em seu processo de Chapter 11.”
A Azul está em processo de recuperação judicial nos Estados Unidos. A aérea apresentou neste mês à Justiça de Nova York o plano de reestruturação no âmbito do Chapter 11.
Segundo a Abra, a assinatura do acordo preliminar ocorreu em um cenário diferente e, por isto, houve a decisão de encerrar as conversas.
Ainda assim, o grupo reforçou que acredita no mérito de uma futura combinação de negócios entre as duas companhias e afirmou estar aberto a retomar diálogos com os diferentes atores do setor.
Em nota, o Ministério de Portos e Aeroportos declarou que acompanha a decisão e ressaltou que o setor aéreo brasileiro se mantém em crescimento, com aumento na demanda por voos domésticos e internacionais.
O governo destacou que o país seguirá contando com três grandes companhias aéreas — Gol, Azul e Latam —, garantindo competitividade e mais opções para os passageiros.
Relembre acordo
Em janeiro de 2025, a Abra, grupo controlador da Gol e da Avianca, assinou um memorando de entendimento para união dos negócios com a Azul. Na época, a empresa informou que o acordo não vinculante tinha o “objetivo de explorar uma combinação de negócios no Brasil”.
A Gol, exclusivamente, não era parte do acordo, que previa a união dos negócios da controladora aos negócios da Abra.
Caso a transação se concretizasse, as duas empresas previam manter suas marcas e certificados operacionais de forma independente. Ou seja, as marcas Azul e Gol continuariam existindo concomitantemente.


