Google propõe à UE mudança na política de tecnologia publicitária
Em setembro, a Comissão Europeia, que atua como órgão de fiscalização da concorrência, multou a empresa em 2,95 bilhões de euros por favorecer seus próprios serviços de tecnologia de exibição online

O Google, da Alphabet, ofereceu-se para facilitar o uso de sua tecnologia de publicidade online por editores e anunciantes, desafiando o pedido dos órgãos de defesas da concorrência da União Europeia para que vendesse parte do negócio a fim de resolver conflitos de interesse.
Órgãos reguladores de ambos os lados do Atlântico visam a propriedade do Google sobre ferramentas usadas por anunciantes e editores, juntamente com sua plataforma de anúncios AdX, que se situa no meio do processo.
Em setembro, a Comissão Europeia, que atua como órgão de fiscalização da concorrência na UE, multou o Google em 2,95 bilhões de euros por favorecer seus próprios serviços de tecnologia de exibição online para reforçar o papel central do AdX.
A empresa afirmou que esse comportamento prejudicou concorrentes, anunciantes e editores, e deu à companhia até novembro para apresentar medidas que eliminassem os conflitos de interesse ao longo da cadeia de suprimentos de tecnologia publicitária, sugerindo a venda de parte do negócio.
O Google afirmou nesta sexta-feira (14) que apresentou sua proposta à autoridade reguladora da UE, a qual é em grande parte semelhante à oferecida na investigação do Departamento de Justiça dos EUA sobre o mesmo assunto.
"Nossa proposta atende integralmente à decisão da Comissão Europeia sem uma ruptura disruptiva que prejudicaria os milhares de editores e anunciantes europeus que usam as ferramentas do Google para expandir seus negócios", afirmou a empresa em uma publicação no blog.
"Nosso plano inclui mudanças imediatas no produto para acabar com as práticas específicas que a Comissão contesta. Por exemplo, estamos dando aos editores a opção de definir preços mínimos diferentes para diferentes licitantes ao usar o Google Ad Manager", afirmou a empresa.
A empresa também se ofereceu para aumentar a interoperabilidade de suas ferramentas, a fim de dar aos editores e anunciantes mais opções e flexibilidade.
Fontes já haviam informado à Reuters que a autoridade reguladora da UE poderia emitir uma ordem de desmembramento em um estágio posterior, caso o Google continuasse com práticas anticoncorrenciais, com base em um caso que abriu precedente envolvendo a Microsoft há duas décadas.
O caso da UE é semelhante ao do Departamento de Justiça dos EUA, que quer que o Google venda o AdX. A empresa afirmou que isso seria tecnicamente inviável e levaria a uma incerteza prolongada para anunciantes e editores. O caso está agora em análise por um tribunal dos EUA.
Segundo as fontes, se o juiz decidir a favor do Departamento de Justiça, isso resolveria a questão para a Comissão.


