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Heineken perde controle de fábrica no leste do Congo em meio a conflito

A cervejaria holandesa disse que a situação piorou e pessoal armado assumiu o controle de suas instalações em Bukavu e Goma, além de áreas próximas

Reuters
Logo da cervejaria Heineken
Logo da cervejaria Heineken  • Foto: REUTERS/Amanda Perobelli
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A Heineken perdeu o controle operacional e retirou seus funcionários de suas instalações em áreas afetadas pelo conflito no leste da República Democrática do Congo, informou a cervejaria holandesa na sexta-feira (20).

A gigante de bebidas disse em março que suas operações em três cidades do leste permaneceriam suspensas até que fosse seguro reabrir, depois que algumas de suas cervejarias foram atingidas e seus depósitos invadidos durante os combates entre o exército e os rebeldes.

Mas nesta sexta, a fabricante de cerveja disse que a situação havia piorado ainda mais e que pessoal armado havia assumido o controle de suas instalações em Bukavu e Goma — as duas maiores cidades do leste do Congo, agora sob controle rebelde — e áreas próximas.

"As condições necessárias para operar de forma responsável e segura não estão mais presentes e, em 12 de junho de 2025, perdemos o controle operacional", disse a empresa em um comunicado.

A unidade da Heineken no Congo, a Bralima, ainda opera em outras partes do país não afetadas pelo conflito, disse a empresa, acrescentando que continuaria avaliando a evolução da situação.

O grupo possui quatro cervejarias no Congo, produzindo cerveja Heineken, além de outras marcas populares como Primus e Amstel. As instalações de Bukavu empregavam cerca de 1.000 pessoas, direta e indiretamente, conforme havia informado anteriormente.

"Nossa maior prioridade é a segurança e o bem-estar de nossos funcionários", afirmou o comunicado de sexta-feira. "Retiramos todos os funcionários restantes desses locais e continuamos a apoiá-los financeiramente."

Quase 14% da receita total da Heineken vem de seus negócios no Oriente Médio e na África, onde o Congo, com sua população de mais de 100 milhões, é um grande mercado.

Suas operações nas cidades de Goma, Bukavu e Uvira representavam, juntas, cerca de um terço dos negócios da Heineken no Congo.

Os combates no leste do Congo se intensificaram este ano quando o grupo rebelde M23 realizou um rápido avanço que levantou temores de um conflito maior.

O Congo afirma que Ruanda está apoiando o M23 enviando tropas e armas. Ruanda nega há muito tempo ajudar o M23.

Os dois países e os Estados Unidos disseram na quarta-feira que suas equipes técnicas rubricaram um rascunho de acordo de paz que deverá ser assinado na próxima semana.

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