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    Itaú Unibanco pagará dividendos extraordinários, diz presidente-executivo

    Valor é referente ao exercício de 2024

    Reuters

    O presidente-executivo do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, afirmou nesta terça-feira (5) que “certamente” o banco pagará dividendos extraordinários referentes ao exercício de 2024, com base nas informações que dispõe atualmente.

    “Nada mudou em relação à nossa expectativa de um dividendo extraordinário”, afirmou o executivo a jornalistas após o maior banco do país em ativos reportar na véspera lucro de R$ 10,675 bilhões no terceiro trimestre.

    “A discussão é sobre qual é o tamanho do dividendo”, disse Maluhy Filho, acrescentando que a divulgação dessa decisão deve ocorrer no começo de 2025, quando for publicado o balanço de 2024, bem com as projeções do banco para o próximo exercício.

    Para o exercício de 2023, quando teve lucro líquido gerencial de R$ 35,6 bilhões, o Itaú distribuiu R$ 21,5 bilhões em juros sobre capital próprio e dividendos, sendo que R$ 11 bilhões foram dividendos adicionais.

    Na bolsa paulista, por volta das 10h50, as ações preferenciais do Itaú avançavam 2,64%, a R$ 36,21, enquanto o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, cedia 0,21%.

    Na visão dos analistas do Safra, o resultado do Itaú reforçou a capacidade do banco de aumentar receitas e crescer capital com um ROE robusto de 23%. Além disso, o lucro no trimestre superou nossa estimativa em 3%, em grande parte explicada pela revisão de provisão para Americanas.

    O Maluhy Filho também afirmou que não há qualquer mudança no apetite ao risco de crédito do banco, afirmando que as disposições do Itaú são adequadas e que ele continua enxergando um desempenho favorável para a inadimplência.

    O Itaú “tem sido capaz de crescer o portfólio com uma qualidade de crédito, com uma qualidade de portfólio bastante grande”, afirmou o executivo.

    O banco revisou sua previsão para a carteira de crédito para um crescimento entre 9,5% e 12,5% para 2024, de estimativa anterior de expansão de 6,5% a 9,5%.

    De acordo com o vice-presidente financeiro do Itaú, Gabriel Amado de Moura, a mudança na projeção está relacionada ao efeito da participação de crédito em moeda estrangeira, de 18%, mesmo que a composição da carteira seja predominantemente em reais.

    “A desvalorização do real em relação a essas moedas aumenta o valor dessa carteira”, afirmou o executivo, ressaltando que, mesmo se não fosse esse efeito da desvalorização, o resultado estaria no ponto superior do guide.

    No terceiro trimestre, a carteira de crédito do banco somou R$ 1,28 trilhão, de R$ 1,25 trilhão ao final do segundo trimestre e de R$ 1,16 trilhão um ano antes.

    O índice de inadimplência acima de 90 dias total ficou em 2,6%, de 3,0% um ano antes e 2,7% no trimestre imediatamente anterior. O custo do crédito somou R$ 8,25 bilhões, queda de 11,0% ano a ano e de 6,4% ante o segundo trimestre.

    O Itaú “continua vendo uma inadimplência bastante controlada em vários segmentos, e prospectivamente continua vendo uma evolução ainda positiva nos indicadores de crédito”, afirmou Maluhy Filho.

    “É claro que a gente está chegando em um patamar bastante sólido, que as variações tendem a ser menores, porém, ainda positivas”, acrescentou.

    “Com as informações que temos hoje, prospectivamente continuamos vendo um cenário benigno, com oportunidades de crescer com qualidade, melhorando ainda mais nossos indicadores no tempo.”

    Os executivos do Itaú também minimizaram qualquer efeito na resolução CVM 4.966, que entra em vigor a partir de 2025 e estabelece novas regras para o cálculo das provisões para as instituições financeiras brasileiras.

    Hoje, explicou Moura, o provisionamento de crédito é feito com uma perda incorrida, à medida que há atrasos, vai registrando perdas. A nova regulamentação, acrescentou muda para perdas esperadas, projeta perdas futuras e faz provisões.

    Amado destacou que o Itaú já opera com perdas esperadas desde 2010 e que a resolução vem sendo discutida desde 2018, o que permitiu que o Itaú fizesse adaptações em gestão e em processos para estar pronto para ela.

    “Não esperamos nenhum impacto da resolução 4.966, seja no nosso patrimônio líquido, seja no índice de capital, ou mesmo na especificação de PDD (provisões), reforçou.

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