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Paralisação do governo dos EUA adia cisão da sorveteria Magnum da Unilever

Unilever manterá uma participação de 19,9% no negócio de sorvetes, que inclui Magnum, Ben & Jerry's e Cornetto

Por Yadarisa Shabong e Alexander Marrow, da Reuters
Logo da Unilever
Logo da Unilever  • REUTERS/Philippe Wojazer/File Photo
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O grupo de bens de consumo Unilever está adiando a cisão de sua unidade de sorvetes Magnum devido à paralisação do governo dos Estados Unidos, disse a empresa nesta terça-feira (21), em mais um exemplo de interrupção de negócios globais.

A Unilever, fabricante do sabonete Dove e da maionese Hellmann's, disse que a SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) não pode considerar efetiva a declaração de registro necessária para que as ações da The Magnum Ice Cream Company sejam listadas e negociadas na Bolsa de Valores de Nova York.

A listagem primária estava originalmente marcada para 10 de novembro em Amsterdã, com listagens secundárias planejadas para Nova York e Londres. A Unilever manterá uma participação de 19,9% no negócio de sorvetes, que inclui Magnum, Ben & Jerry's e Cornetto.

Custo para economia dos EUA

O atraso ressalta as interrupções causadas pela paralisação de três semanas do governo dos EUA, que atingiu IPOs e o setor de aviação. Ela deve custar à economia dos EUA até US$ 15 bilhões por semana em perdas de produção.

A empresa de energia verde e tecnologia DeepGreenX Group, sediada em Seul, retirou sua declaração de registro para listagem direta nos Estados Unidos na segunda-feira, por não conseguir se comunicar com a equipe da SEC.

O negócio independente de sorvetes Magnum é um teste para o apetite dos investidores por um produto rico em açúcar em seu maior mercado, em um momento em que o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, está se esforçando para "Tornar a América Saudável Novamente".

Analistas esperam que a cisão beneficie a Unilever e a Magnum, permitindo que ambos os negócios se tornem mais focados.

A Unilever afirmou que os trabalhos preparatórios para a cisão estavam em andamento e progredindo bem, e que continuava comprometida em concluir o processo ainda este ano. As ações da empresa caíam 0,69% nesta terça-feira, ficando apenas ligeiramente atrás das rivais.

"Não estamos preocupados com o atraso", disse Anna Farmbrough, gerente de portfólio de qualidade do Reino Unido na investidora Ninety One da Unilever.

"O momento da listagem não é especialmente importante no contexto mais amplo -- o que importa é a qualidade do negócio subjacente e suas perspectivas de crescimento a longo prazo."

Análise de IPO são interrompidas

O regulador do mercado dos EUA suspendeu as análises de IPOs durante a paralisação, embora no início deste mês tenha facilitado o caminho para as empresas prosseguirem com as listagens, apesar do impasse político.

As empresas normalmente são impedidas de estrear em Wall Street durante períodos em que o Congresso não aprova financiamento para operações governamentais, porque as autoridades não conseguem revisar e aprovar declarações de registro.

Isso gerou preocupações entre investidores de que o impasse partidário em Washington poderia prejudicar o mercado de IPOs.

As empresas podem permitir que suas declarações entrem em vigor automaticamente, o que envolve definir o preço do IPO 20 dias antes da listagem, em vez de finalizá-lo na véspera de uma revisão da SEC, mas isso pode aumentar o risco de erros.

Apesar do atraso, a Unilever realizou uma assembleia geral nesta terça-feira, na qual os acionistas votaram a favor da proposta de consolidação de seu capital social. No entanto, o cronograma de implementação também será revisado, informou a empresa.

 

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