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Samarco tem prejuízo líquido de US$ 1,05 bilhão apesar de salto nas vendas

Empresa ainda lida com impactos negativos decorrentes do colapso de uma de suas barragens em Mariana (MG), em 2015

Por Marta Nogueira, da Reuters
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A mineradora Samarco registrou prejuízo líquido de US$ 1,05 bilhão no terceiro trimestre  • REUTERS/Ricardo Moraes
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A mineradora Samarco registrou prejuízo líquido de US$ 1,05 bilhão no terceiro trimestre, com impactos de variação cambial e despesas relacionadas à reparação pelo rompimento de barragem em Mariana, contra prejuízo líquido de US$ 6,44 bilhões no mesmo período de 2024, reportou a empresa nesta segunda-feira (10).

O prejuízo foi alcançado apesar de ganhos operacionais positivos e uma retomada da produção em linha com o programado pela companhia, uma joint venture da Vale com a BHP.

"O resultado foi impactado principalmente por um resultado financeiro negativo de US$ 730,8 milhões, principalmente devido à variação cambial sobre passivos (US$ 465,7 milhões) e ao reconhecimento de despesas financeiras relacionadas às obrigações de reparação (US$ 319,7 milhões)", disse a Samarco, em relatório financeiro.

A empresa ainda lida com os impactos negativos decorrentes do colapso de uma de suas barragens em Mariana (MG), em 2015, mas ampliou as vendas na medida em que a produção cresceu 64%, para 4,1 milhões de toneladas de finos e minério de ferro -- o maior volume desde a retomada de suas atividades em dezembro de 2020.

As vendas de pelotas e finos de minério de ferro também somaram 4,1 milhões de toneladas, com um aumento equivalente a 108% em relação ao mesmo período de 2024.

A companhia registrou receita líquida de US$ 440,2 milhões no terceiro trimestre, alta de 52% versus o mesmo período do ano passado.

O preço médio das pelotas vendidas pela Samarco atingiu US$ 120,9 por tonelada no terceiro trimestre, contra US$ 147,5 no mesmo período do ano passado.

O recuo do preço, segundo a empresa, reflete principalmente uma ampla diminuição nos prêmios das pelotas de minério de ferro, impulsionada pela demanda global mais fraca da indústria do aço por materiais de alta qualidade e por uma perspectiva macroeconômica mais cautelosa.

"A dinâmica do mercado continua refletindo tensões geopolíticas e incertezas persistentes em torno das políticas de comércio internacional -- especialmente medidas protecionistas e discussões políticas envolvendo os Estados Unidos, a China e seus parceiros comerciais", disse o relatório.

Em conferência com investidores, o diretor de Estratégia, Financeiro e Suprimentos, Gustavo Selayzim, disse que "no curto prazo, temos alguns desafios, mas no longo prazo mantemos uma previsão sólida de que o mercado terá uma boa demanda por pelotas".

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou US$ 230 milhões, alta de 47% na comparação com o mesmo período do ano passado.

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