Vale tem visão otimista para comércio com estatal chinesa, diz CFO
Bacci disse que a Vale conseguiu oferecer soluções que permitem a entrega de produtos em portos e com qualidade mais adequados ao que os chineses precisam

A Vale tem tido um relacionamento "bastante positivo" com a estatal CMRG (China Mineral Resources Group), disse, nesta sexta-feira (31), o vice-presidente executivo de Finanças, Relações com Investidores da mineradora, Marcelo Bacci, apontando otimismo sobre a relação da companhia brasileira com a empresa chinesa que centraliza compras de minério de ferro.
Bacci disse que a Vale conseguiu oferecer soluções que permitem a entrega de produtos em portos e com qualidade mais adequados ao que os chineses precisam.
As soluções, segundo o executivo, buscaram otimizar o custo da entrega e de distribuição local.
A China Mineral Resources Group foi criada em 2022 no país asiático para centralizar a compra de minério de ferro e obter melhores condições das mineradoras.
Segundo Bacci, as soluções encontradas foram operacionais, que não refletem tanto em preço, mas refletem muito em facilitar a vida do cliente.
"A gente acredita que vai conseguir seguir nessa linha amigável e de fazer negócios que são bons para as duas partes", disse Bacci, durante coletiva de imprensa online, sobre os resultados da empresa no terceiro trimestre.
"Eles são muito importantes, mas nós também somos importantes fornecedores para eles, e a gente acredita que é do interesse mútuo de a gente seguir com um relacionamento positivo, a visão é otimista."
Bacci também afirmou que "não temos fechado com eles nenhum contrato de longo prazo com nenhum tipo de arranjo de preços ou coisa desse tipo, como eles têm discutido com outros players".
A Bloomberg publicou no mês passado que a CMRG havia dito às principais siderúrgicas e traders para suspender temporariamente as compras de todas as novas cargas da BHP, aumentando uma pausa anterior nas compras do produto de finos Jimblebar da BHP, um tipo de minério de ferro, durante impasse nas negociações sobre novos contratos a termo.
Sobre esse tema, ele afirmou que o que se sabe são rumores. "Não existe nenhum tipo de anúncio formal de ninguém sobre tudo isso que vem sendo falado", afirmou.
Bacci ponderou que, assim como a Vale, suas concorrentes também vendem volumes muito grandes para a China e que o país asiático não pode abrir mão desses fornecedores.
"Na minha visão, não é do interesse de ninguém estressar essa situação, porque isso pode levar a uma ruptura da cadeia de suprimentos que vai ser negativa para todo mundo", disse o executivo.
O diretor das áreas de Relações com Investidores e Participações da Vale, Thiago Lofiego, adicionou que quando olha para o fluxo de exportação da Austrália para a China, não se viu nenhuma grande mudança na dinâmica do mercado.


