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Violência preocupa CEOs e já leva empresas a adotarem medidas executivas

Companhias de infraestrutura, como Motiva, Hidrovias do Brasil e Rumo, implementam ações de segurança para evitar prejuízos

Vitória Queiroz, da CNN Brasil
Embarcação da Hidrovias do Brasil
De acordo com Décio Amaral, CEO da Hidrovias do Brasil, foi necessário contratar vigilância armada para evitar o roubo de cargas  • Divulgação / Hidrovias do Brasil
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Empresas de infraestrutura têm implementado medidas de segurança à nível corporativo para combater vandalismo e roubo de cargas e equipamentos de seus ativos. O nível de violência tem levado CEOs de grandes companhias a atuarem diretamente para resolver o problema.

De acordo com Décio Amaral, CEO da Hidrovias do Brasil, foi necessário contratar vigilância armada para evitar o roubo de cargas. No evento “Infraestrutura em movimento: desafios para transformar o Brasil”, realizado pelo MoveInfra, o executivo afirmou que a tripulação de cada barcaça da empresa conta com dois seguranças.

“Temos casos de tentativa de roubo de combustível. O rio está virando rota de tráfico de drogas. Eu tenho que garantir que não tenha droga no meu comboio”, disse Décio Amaral no evento.

O CEO da Hidrovias do Brasil afirma que a agenda de segurança se tornou um custo relevante para a empresa. Segundo Décio Amaral, a violência penaliza o setor como um todo, inibindo investimentos e afetando o valor de mercado.

“A gente quer reduzir custo Brasil. É um custo muito relevante. É triste dizer, mas é pauta de liderança de empresas de infraestrutura as questões de segurança”, afirmou o CEO da Hidrovias do Brasil.

No setor ferroviário, a violência e o vandalismo têm impactado de 3% a 5% dos trens de carga da Rumo. O CEO da empresa, Pedro Palma, afirma que o registro de intercorrências se concentra na baixada santista, próximo à chegada do Porto de Santos.

Durante o evento do MoveInfra, Pedro Palma relatou que o tráfego dos trens são interrompidos por diferentes fatores de segurança, que variam de roubo de carga a furto de buzinas. O CEO da Rumo explicou que um roubo de buzina por exemplo pode paralisar a operação ferroviária por até 6 horas, causando um prejuízo milionário.

“Se tiver que parar a circulação em função do roubo da buzina, até fazer a troca da buzina, vai perder até 6 horas de circulação. É como se tivesse pego R$ 150 milhões, tirado de uma aplicação que gera investimentos, e colocado debaixo do colchão. Isso encarece o serviço ferroviário e todo o custo logístico do agronegócio”, afirmou.

O problema também preocupa o CEO da Motiva, Miguel Setas. "Esse problema é multidimensional e não se pode resolver apenas pela via da força", disse Miguel Setas.

Diante desse cenário, Miguel Setas defende três pilares para minimizar os impactos da violência em empresas de infraestrutura. A Motiva criou uma diretoria de segurança corporativa e resiliência empresarial para lidar com o problema.

Veja:

  • interação com agentes públicos, policiais, Ministério Público para fazer as investigações necessárias quando se trata de fenômenos mais complexos;
  • tecnologia: a empresa adotou sistema de alerta, de monitoramento, de vigilância e ferramentas de inteligência artificial;
  • atuação social: combate à desigualdade social e à pobreza em comunidades.
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