Especialista destaca os temas que mais caem na prova da Unicamp; confira

Levantamento do SAS Educação revela que a universidade prioriza interpretação e questões ligadas à realidade social brasileira

André Nicolau, da CNN Brasil
Estudantes sentados em carteiras escolares, em foco um aluno escrevendo em um caderno sem ter seu rosto exposto
O que fazer nos 30 dias que antecedem o vestibular Unicamp 2006  • Divulgação/Curso Etapa
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Uma análise do SAS Educação, com base em todas as provas aplicadas entre 2011 e 2024, revela que o vestibular da Unicamp exige dos candidatos mais do que domínio técnico: é preciso saber interpretar, analisar e aplicar os conteúdos em contextos reais.

A prova é marcada pelo equilíbrio entre teoria e leitura crítica do mundo — e por valorizar temas contemporâneos, sociais e urbanos.

Em matemática, por exemplo, os conteúdos mais frequentes são Geometria Plana (10,6%) e Funções (9,9%), muitas vezes abordados a partir de situações do cotidiano, como análise de dados populacionais ou problemas de consumo energético. Já em português, a Competência Leitora lidera com ampla margem: 37,4% das questões exploram a interpretação de infográficos, textos jornalísticos, campanhas publicitárias e discursos políticos.

Tendência a debates sociais

O levantamento mostra que a Unicamp aposta em uma formação socialmente engajada. Em geografia, temas como urbanização e migrações representam 12,74% das questões.

Em Química, questões ligadas à sustentabilidade e impactos ambientais somam mais de 15%. Já em História, conteúdos como Ditadura Civil-Militar, Segunda Guerra Mundial, América Latina e direitos humanos aparecem em cerca de 20% da prova.

Além disso, a interdisciplinaridade se destaca: temas como gênero, pós-modernidade, marxismo e movimentos sociais são recorrentes, especialmente em filosofia e sociologia. O resultado é uma prova que estimula o pensamento crítico e o olhar atento para os desafios contemporâneos. 

“A Unicamp tem um vestibular que exige do aluno uma postura analítica diante do mundo. Não basta saber o conteúdo: é preciso compreender o contexto, conectar saberes e refletir sobre os impactos sociais, políticos e ambientais das questões. É uma prova feita para quem pensa criticamente e enxerga o conhecimento como ferramenta de transformação”, destaca Ademar Celedônio, diretor de ensino e inovações  educacionais do SAS Educação.

O levantamento completo faz parte do mapeamento de provas de vestibulares realizado pelo SAS Educação, com o objetivo de apoiar estudantes e educadores no planejamento dos estudos rumo ao ensino superior.

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