UFRJ cria cotas para pessoas trans em votação unânime

Decisão do Conselho Universitário reserva 2% das vagas e entra em vigor no Sisu de 2025, com ingresso em 2026

Tatiana Cavalcanti, colaboração para a CNN Brasil
mesa debate cotas para trans na ufrj
UFRJ aprova cota para pessoas trans em cursos de graduação e pós a partir de 2026  • Vitor Ramos/SGCOM/UFRJ
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O Conselho Universitário da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) aprovou, na quinta-feira (30), a implementação de cotas para pessoas trans nos cursos de graduação e pós-graduação.
A nova política de ação afirmativa reserva 2% das vagas para esse grupo social, representando um marco histórico de inclusão e reparação na universidade pública brasileira, segundo a instituição. A decisão foi praticamente unânime, com 31 votos a favor e uma abstenção.

 

A proposta foi construída pela reitoria da UFRJ ao longo de 2023, em articulação com a Sgaada (Superintendência-Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade). O processo envolveu consultas internas e discussões com representantes de diferentes setores da universidade.

“As cotas são um mecanismo de justiça social e de reparação, além de representarem uma resposta ao contexto de exclusão”, afirmou o reitor Roberto Medronho durante a reunião do Consuni (Conselho Universitário).

A reserva de 2% das vagas deve valer já para o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) de 2025, com ingresso dos primeiros alunos em 2026.

Para a superintendente da Sgaada, Denise Góes, a aprovação consolida uma política construída de forma coletiva e necessária. “É um passo importante para garantir o acesso de pessoas trans a todos os níveis da universidade.”

Com a decisão, a UFRJ passa a integrar um grupo ainda restrito de instituições públicas de ensino superior no país que adotam cotas específicas para a população trans.