Campanha de Nunes tem estratégia contra dissidentes pró-Marçal
Ideia é coagir partidos aliados a bloquear recursos do fundo e tirar da TV quem apoiar o concorrente do PRTB
O avanço do influenciador Pablo Marçal (PRTB) nas pesquisas de intenção de voto levou a campanha de Ricardo Nunes (MDB) a ter estratégias para evitar que candidatos da coligação façam campanha para o adversário.
O caso que despertou o alerta no comitê foi o do candidato do Podemos, Daniel José, que tem feito campanha aberta para Marçal nas redes sociais.
Suplente de deputado, Daniel José teve o repasse de recursos do Fundo Partidário congelados e ficará fora do horário eleitoral na TV reservado aos candidatos a vereador.
O movimento de traição, dizem aliados de Nunes, pode se intensificar e ser mais fácil de ser detectado depois do início da campanha na TV e rádio.
O escolhido para coordenar essa fiscalização das dissidências foi o presidente do MDB em SP, Enrico Misasi. O foco da fiscalização serão os partidos mais distantes, como o Podemos.
Além de Daniel José, já foram identificados Joice Hasselmann e Marcelo Aguiar, ambos do Podemos.
A direção do PL vai ligar para os 56 candidatos a vereador e dizer que, se fizerem campanha para Marçal, eles serão acionados na Justiça e podem ser expulsos do partido. A postura é mais dura que a do Podemos.
Outro lado
À CNN, Daniel José disse que considerou “dura” a punição do partido, mas que já esperada. “Vou seguir fazendo campanha com Marçal”, afirmou.
Joice Hasselman disse à CNN que achou “ruim” a decisão do Podemos, mas afirmou que compreende e respeita. “Continuarei apoiando o Marçal, que é o candidato menos ruim”, disse ela.
Já Marcelo Aguiar considerou que o partido agiu de “forma correta”. “Sou muito mais alinhado com o Pablo Marçal, pelos princípios, pelo plano de governo que ele tem, por aquilo que ele defende, que é também alinhado com aquilo que eu defendo. É por isso que eu tomei posição de estar ao lado dele. Então eu acho justo”, disse.
“Para mim, não vejo nenhum problema e nenhuma dificuldade, porque a escolha foi minha e acho que o partido agiu de forma correta”, acrescentou.