Nunes cresce no Datafolha e cita obras; Boulos destaca pesquisa espontânea e Tabata fala em baixa rejeição

Levantamento divulgado nesta segunda-feira (11) mostra empate técnico entre atual prefeito e Guilherme Boulos; Tabata Amaral aparece em terceiro lugar

Pedro Venceslau e Raquel Landim, da CNN, São Paulo
Ricardo Nunes, Guilherme Boulos e Tabata Amaral  • Agência Estado e Câmara dos Deputados
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Citando motivos diferentes, os três primeiros colocados na disputa pela Prefeitura de São Paulo comemoraram o resultado da pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (11).

O levantamento mostra um empate técnico entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL). Em cenário com a presença de todos os pré-candidatos, o deputado federal Guilherme Boulos aparece com 30% das intenções de voto, contra 29% do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB). Tabata Amaral aparece com 8%.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), atribui seu bom desempenho na pesquisa às obras que tem espalhadas pela cidade.

“Neste momento, tenho 1.300 obras simultaneamente acontecendo na cidade. A maioria dos meus votos vem da periferia que está recebendo os benefícios”, disse à CNN.

“Estou humilde e consciente que tem muita coisa para fazer”, completa. Ele acrescenta que emagreceu seis quilos nas últimas semanas — “resultado de muito trabalho”.

A equipe de Nunes elenca dois outros fatores para a alta do atual prefeito nas pesquisas: a união da centro-direita e a rejeição a Boulos.

Para o time de Nunes, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) consolidou a polarização ao tirar o deputado federal Ricardo Salles (PL) da corrida.

Diante do resultado, as pré-campanhas de Boulos e Tabata Amaral (PSB) minimizaram o crescimento de Nunes (MDB) e também atribuíram aos investimentos da prefeitura em obras os números favoráveis ao prefeito.

“O crescimento já era esperado por conta dos investimentos e dos gastos milionários em propaganda” , disse à CNN o marqueteiro de Boulos, Lula Guimarães.

A avaliação da ala política da pré-campanha do deputado do PSOL é que a candidatura segue “consolidada” e liderando na casa dos 30%, além de alcançar, agora, 14% as intenções de votos na pesquisa espontânea.

Segundo o time de Boulos, esse é um dado “extremamente relevante” faltando sete meses para as eleições.

A pré-campanha de Tabata também considera que o fato de Nunes estar no cargo favoreceu o prefeito do MDB.

“Esse é um crescimento absolutamente esperado para o prefeito que está no cargo e tem a máquina na mão. Mas a estagnação do Boulos chama atenção”, disse à CNN o marqueteiro de Tabata, Pablo Nobel.

O publicitário acrescentou que ainda há muito desconhecimento em relação à deputada do PSB.

“Há um desconhecimento gigante do eleitorado em relação à Tabata. Esse desconhecimento cruzado com a baixa rejeição indicam uma oportunidade de crescimento significativo”, disse Nobel.

Demais candidatos

Com 7% das intenções de voto, a candidata do Novo, Marina Helena, rejeita a tese de que os eleitores teriam confundido seu nome com o da ex-ministra Marina Silva (Rede).

Segundo a diretora do Datafolha, Luciana Chong, parte dos entrevistados que declararam votos na pré-candidata do Novo podem ter se enganado.

Segundo a assessoria de Marina Helena, ela manteve o segundo nome Helena e não usou o sobrenome Santos justamente para evitar confusão.

A equipe da candidata lembra, ainda, que em 2020 Marina Helou (Rede) foi candidata mas não passou da casa dos 2%.

Na sequência, Kim Kataguiri (União Brasil) aparece com 4% das intenções de voto. Altino (PSTU) com 2%. A opção "em branco, nulo ou nenhum" somam 14% das respostas. Não souberam responder 6% dos entrevistados.

Pesquisa espontânea

Na pesquisa espontânea, quando não é dada aos entrevistados alternativa de resposta, os números do Datafolha apontam Boulos com 14% e Nunes com 8%.

Outros 2% declararam voto no “atual prefeito” e 1% afirmou que vota “no PT/candidato do Lula”. 60% responderam que ainda não sabem em quem vão votar.