Anitta desabafa após lançamento de clipe: “Racismo religioso”
Cantora vem sofrendo ataques e críticas desde que compartilhou as primeiras imagens do clipe "Aceita"
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Logo de cara, o novo clipe lançado por Anitta começa com as batidas de um atabaque, instrumento de percussão africano utilizado na Umbanda e no Candomblé. Os responsáveis por tocá-lo são conhecidos como Ogã, homens que depositam o axé de suas mãos para ritmar os cânticos, também conhecidos como pontos. • Reprodução/Youtube
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Poucos segundos depois, o clipe "Aceita" já faz referência ao Catolicismo. Com imagens de Nossa Senhora, Jesus Cristo, dentre outros santos. O vídeo também mostra outras cenas que representam a religião, como o momento em que um homem reza com seu terço em mãos. • Reprodução/Youtube
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Para representar a Cartomancia, um oráculo milenar de autoconhecimento, o clipe ainda exibe uma cartomante embaralhando e distribuindo suas cartas. Ainda que não esteja relacionado diretamente a nenhuma religião, a leitura de tarot está presente nas crenças de origens africanas. Através das cartas é possível buscar conselhos, direcionamentos e alertas. • Reprodução/Youtube
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Em determinado momento, o vídeo mostra uma iyalorixá, também conhecida como mãe de santo, realizando um Jogo de Búzios. Está é a forma que as religiões de matrizes africanas se comunicam com os Orixás, em busca de sanar suas dúvidas, de aconselhamentos e previsões. • Reprodução/Youtube
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No segundo seguinte, a fé judaica é representada. A cena começa com um homem enrolando um Tefilin em seu braço, que se trata de uma tira de couro de animal kasher, enquanto se prepara para a reza com uma Torá (livro sagrado do judaísmo) em mãos. • Reprodução/Youtube
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Para representar as crenças neopentecostais, uma vertente do evangelicalismo, o clipe exibe a pregação de um pastor diante de um culto repleto de fiéis com suas bíblias em mãos. • Reprodução/Youtube
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Para representar a purificação feita no Candomblé, parte dos rituais de iniciação da religião, Anitta aparece tomando um banho de abô. Em outras palavras, um banho de ervas, que é realizado com água fria. Por ser um dos pontos de força do Orixá Ossain — sacerdote das folhas, da cura e dos milagres —, a representação do ritual é feita na floresta. O banho de ervas também está presente na Umbanda, sendo utilizado para descarrego, prosperidade, dentre outros motivos. • Reprodução/Youtube
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Mais uma vez com referência a um Orixá, a cantora Anitta aparece em seu clipe com uma vestimenta de palha, que representa Obaluaê, também conhecido como Omolu — responsável pelas doenças e pelas curas. Em muitos itãs (contos místicos da cultura ioruba), é explicado que Obaluaê cobre seu corpo com palhas para esconder suas feridas e cicatrizes. • Reprodução/Youtube
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Chegando ao fim do vídeo, Anitta aparece em frente ao seu babalorixá, pai de santo, e faz o movimento de bater cabeça. Tal atitude é comum em terreiros, sendo uma forma de demonstrar respeito aos Orixás. • Reprodução/Youtube
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Após o lançamento do clipe “Aceita” na terça-feira (13), que traz referência ao Candomblé, o nome de Anitta, 31, ganhou destaque nas redes sociais – já que cantora sofreu com críticas, intolerância religiosa, além de ter perdido seguidores.
Já nesta quarta-feira (15), a cantora fez um desabafo no Instagram. No texto, a artista conta ter recebido muitas ligações de amigos que contaram sobre o receio de assumir as crenças diante do julgamento no ambiente virtual.
“Partilhar desinformação, piadas e histórias fictícias de Santeria é racismo religioso. Yoruba, orixá, seus ensinamentos e seu povo merecem respeito como qualquer outra religião. Como todas as outras presentes no meu vídeo“, iniciou.
Na sequência, Anitta lamentou o ocorrido. “Quantos amigos me ligaram em particular quando eu postei meu vídeo para dizer que essa é a fé deles mas não têm coragem de ensinar sua religião pelo que as pessoas inventam”, escreveu.
Aproveitando o momento, a brasileira deu mais detalhes da religião. “E eu não entendi até que agora vejo o nível de preconceito de muitas pessoas. Yoruba vem da cultura africana e sua característica principal é exaltar a natureza (e não ‘fazer rituais pra amarrar namorado’), uma pesquisa no Google sem preguiça e descobrem bem”, afirmou.
“No Brasil, no século passado, essas pessoas que foram levadas à força como escravos para fora do seu país eram mortas e torturadas por expressar sua fé. (Quando dizer… matar e torturar pode… rezar aos orixás não)”, continuou.
Ao final, ela também deixou um recado reforçando a importância do amor, ao invés do ódio.
“Hoje em dia menos, mas ainda sofrem ataques contra seus templos e ofensas na rua. Eu acredito em Deus, Jesus, orixás e outras. E na minha vida pratico seus ensinamentos muito mais do que pessoas que humilham o outro nas redes sociais”, encerrou.