Após coroação de Virginia, rainha da Mangueira critica famosas em destaque
Evelyn Bastos condenou a coroação de personalidades da mídia que seguem religiões que perseguem manifestações afro brasileiras

A rainha de bateria da Estação Primeira de Mangueira e diretora cultural da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro), Evelyn Bastos, 32, emitiu um pronunciamento, na noite de quarta-feira (24), sobre figuras famosas que ocupam postos de destaque em escolas de samba. A fala veio em meio à enxurrada de críticas que a Acadêmicos do Grande Rio recebeu por conta da coroação da influenciadora Virginia Fonseca, 26, como rainha de bateria da agremiação.
Em vídeo publicado em suas redes sociais, Evelyn criticou, sobretudo, as famosas que seguem religiões que pregam a intolerância religiosa e defendeu a força das passistas de comunidade, que cresceram dentro das escolas em que desfilam. Nos comentários, seguidores da presidente da Mangueira do Amanhã, escola de samba mirim da verde e rosa, apontaram ligações entre o discurso e o fato de Virginia ser evangélica.
"Eu não acho justo que pessoas que saiam da lâmpada do Aladdin sustentem cargos de destaque na terra das herdeiras da ginga de Ciata, principalmente algumas que vêm de religiões que demonizam nossas tradições e tentam minar a nossa existência enquanto cultura popular afro brasileira", declarou a rainha da Mangueira. "Quem faz a festa no quintal de casa é a dona do chão. Todas com certeza são bem-vindas para festejar com a gente, mas como boas visitas."
Nos comentários da publicação, Evelyn recebeu o apoio até de famosas que possuem larga história com o Carnaval, como Juliana Alves, que desfila na Tijuca e já reinou por lá; Livia Andrade, que esteve na corte de bateria de escolas como Gaviões da Fiel, Império de Casa Verde e Paraíso do Tuiuti; e MC Rebeca, que era passista do Salgueiro antes mesmo de virar famosa.
"Que bom que você falou, rainha, de cima do seu posto. Pra que ninguém possa falar que é recalque. Isso é consciência e postura que honra nossa negritude e nossas lutas. É senso de coletividade e posicionamento de rainha!", escreveu Juliana.
A atriz Carol Castro, que já foi rainha de bateria do Salgueiro, também já havia se posicionado contra a coroação de Virginia.
A influenciadora recebeu, no sábado (20), das mãos de Paolla Oliveira, a coroa de rainha de bateria da Grande Rio e foi alvo de muitas críticas na internet por conta de sua falta de familiaridade com o samba e dos passos de danças de TikTok que inseriu em sua coreografia. A escola de Duque de Caxias (RJ), no entanto, tem largo histórico de rainhas de bateria famosas, como Susana Vieira, Grazi Massafera e Christiane Torloni.
A Mangueira, por outro lado, só teve duas rainhas de bateria famosas: Gracyanne Barbosa e Preta Gil. Evelyn Bastos, inclusive, é filha de outra cria do morro que ocupou o posto entre 1987 e 1989, Valéria Bastos.
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