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    Diretor de “Os Vingadores” nega acusações de assédio e critica atores em perfil

    Joss Whedon comenta pela primeira vez as várias denúncias de comportamento abusivo feitas desde 2020; entenda a história

    Luis Felipe Abreucolaboração para a CNN

    O cineasta Joss Whedon está novamente no centro de polêmicas nesta semana, após a publicação de um perfil pela revista “New York Magazine” nessa segunda-feira (17). No texto, o diretor de “Os Vingadores” e criador de “Buffy, a Caça-Vampiros” responde à série de acusações de assédio moral e abuso dirigidas contra ele desde 2020.

    Esta é a primeira vez que Whedon se manifestou sobre os casos. “Usaram todas as palavras acusatórias da idade contemporânea, só para me fazer parecer um monstro abusivo”, declarou o cineasta de 57 anos. Desde então, ele foi afastado de projetos nos quais estava envolvido, como as séries “The Nevers” e “Batgirl”.

    Segundo o diretor, as acusações foram feitas com más intenções. “Não sei como essa campanha difamatória começou, mas consigo imaginar em nome de quem ela aconteceu”, disse, revelando ter se afastado totalmente da vida pública há cerca de um ano.

    Entenda o caso

    Ainda que rumores de agressividade nos sets acompanhassem o cineasta desde seu sucesso nos anos 1990 (quando criou séries como “Buffy”, “Angel” e “Firefly”), os casos ganharam corpo a partir de 2020. Diversos atores de “Liga da Justiça”, como Ray Fisher (intérprete do personagem Ciborgue) e Gal Gadot (a Mulher-Maravilha) divulgaram à imprensa relatos da postura de Whedon na produção de 2017.

    Jason Momoa, Gal Gadot, Ezra Miller e Ray Fisher no filme “Liga da Justiça” (2017) / Divulgação

    “O seu comportamento durante as filmagens era nojento, abusivo, não profissional, e completamente inaceitável”, escreveu Fisher à época, denunciando ainda que Whedon havia cortado parte de sua participação, bem como a de outros atores negros – Whedon assumiu “Liga da Justiça” durante a produção, após o afastamento de Zack Snyder por problemas familiares, e alegadamente mudou partes consideráveis do roteiro, refilmando sequências.

    Após esse pontapé inicial, outros relatos vieram à tona. Um dos mais impactantes foi o de Charisma Carpenter, intérprete de Cordelia em “Buffy”.

    Em fevereiro de 2021, a atriz emitiu um comunicado relatando sua experiência com o diretor e roteirista na produção. “Por quase vinte anos fiquei calada, e mesmo relevei fatos que me traumatizam até hoje. Mas Joss Whedon abusava de seu poder”, afirmou, mencionando que o produtor tentou impedi-la de ficar grávida durante as filmagens, além de chamá-la de “gorda” ou “incompetente” em mais de uma ocasião.

    Colegas de produção, como os protagonistas Sarah Michelle Gellar e David Boreanaz, manifestaram apoio à atriz.

    As respostas de Whedon

    O cineasta rebateu todas as acusações nas declarações a “New York Magazine”. Ele acusou sobretudo Fisher de comandar os ataques a ele, como retaliação a uma relação tensa durante as filmagens.

    Afirmando ter cortado cenas do ator por problemas na sua performance, disse: “Estamos falando de uma força maléfica. Estamos falando de um ator ruim, em todos os sentidos do termo”.

    Ainda sobre “Liga da Justiça”, Whedon retomou as denúncias de Gadot de ter tido a carreira ameaçada ao contestar o diretor. “Eu não ameaço pessoas. Ela não deve ter me entendido bem. O inglês não é a primeira língua dela, e eu posso ser irritantemente floreado na minha fala”, respondeu, referindo-se à atriz israelense.

     

    A reportagem de Shapiro, porém, traz ainda novas acusações. Figurinistas de “Buffy” e roteiristas de “Firefly” confirmaram as tendências abusivas do cineasta, lembrando episódios de humilhações em reuniões ou mesmo de agressões físicas.

    O perfil tem repercutido, e Fisher tuitou uma provocação a respeito. “Para que Joss Whedon dirigiu seu Ultimato, enfim. Não vou comentar as mentiras e bobagens” disse, em referência ao filme de “Vingadores” realizado após a saída de Whedon da franquia. Gadot também respondeu à revista, afirmando: “Entendi muito bem o que ele me disse”.

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