"O Agente Secreto": ator que fez morto em necrotério relata experiência
Ator descreve vivência intensa no set e produção destaca influências do cinema e da cultura brasileira

O ator Josimar Lourenço publicou nas redes sociais um relato profundo sobre participação no filme "O Agente Secreto". Em texto, ele compartilhou a experiência de interpretar um homem morto e a carga emocional envolvida.
"Apesar de eu ser ator, não gosto muito de aparecer. Eu gosto de atuar — mas, claro, automaticamente a gente aparece (risos). Porém, o meu objetivo é alcançar a proposta que foi dada... como uma missão", iniciou em legenda de publicação no Instagram.
"Se meu papel foi ficar morto, então que eu tenha alcançado com excelência o que foi proposto. Passou tanta coisa na minha cabeça naquele momento, porque eu quase morri... Nessa grande fatalidade que me ocorreu, era pra eu estar morto — e viver a morte foi um pouco difícil", continuou.
Ele disse que ser ator vai muito além de um papel principal e que para um filme ou uma peça acontecerem, é preciso de humanos, e cada um tem seu significado para que tudo aconteça.
"Ter participado de um filme tão importante, que reflete tantas camadas... e poder contribuir para que ele acontecesse, foi profundamente gratificante. Ver essa obra ser reconhecida e premiada mundialmente me enche de orgulho e gratidão. Parabéns pelo honroso roteirista Kleber Mendonça", concluiu.
A trama de “O Agente Secreto” se passa no Recife dos anos 1970, em plena ditadura militar. O enredo acompanha Marcelo, que retorna à cidade e passa a viver em uma casa de refugiados enquanto inicia um novo trabalho.
Ele, porém, esconde um passado obscuro e se torna alvo de uma perseguição que sustenta o clima de tensão da história.
Mesmo tratando de temas sombrios, o filme equilibra o mistério com momentos bem-humorados. A direção de arte e a trilha sonora criam uma ambientação que transporta o espectador para a época e reforça o caráter original da obra.
O elenco reúne nomes de destaque do cinema e da televisão brasileira, entre eles Wagner Moura, Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Isabél Zuaa e Alice Carvalho.
A produção mistura ficção, lendas urbanas e referências culturais brasileiras, ao mesmo tempo em que dialoga com clássicos internacionais. Segundo o diretor Kleber Mendonça Filho, essas influências ajudam a construir a identidade da obra.


