Spike Lee pede desculpa após defender Woody Allen
Allen foi considerado 'cancelado' porque sua filha, Dylan Farrow, alegou que foi estuprada pelo diretor em 1992, quando ela tinha apenas 7 anos

O diretor de cinema Spike Lee se desculpou após defender o cineasta Woody Allen e criticar a cultura do cancelamento.
Durante uma entrevista que foi ao ar na última sexta-feira (12) no programa "In the Morning", em Nova York, Lee usou o exemplo de Allen enquanto falava sobre a "cultura de cancelamento".
"Eu gostaria de dizer que Woody Allen é um ótimo cineasta e esse cancelamento não é apenas com Woody", disse Lee, que estava no programa para promover seu novo filme da Netflix "Da 5 Bloods".
"E acho que, quando olharmos para trás, veremos que, além de matar uma pessoa, não sei se você pode apagar alguém como se nunca tivesse existido."
Lee se referiu a Allen como "um amigo meu" e "um colega fã do Knick [time de basquete norte-americano]", acrescentando: "Então eu sei que ele está passando por isso agora".
Woody Allen foi considerado "cancelado" porque a filha, Dylan Farrow, 34 anos, disse que foi estuprada pelo diretor em 1992, quando ela tinha 7 anos de idade.
O cineasta negou o crime e não foi acusado. Na época, os investigadores concluíram que Dylan Farrow não havia sido abusada, de acordo com o The New York Times, que cobriu o processo depois que Allen entrou com a custódia de seus três filhos com Mia Farrow, em 1992.
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Os comentários de Lee não foram bem recebidos por fãs, e o cineasta foi ao Twitter para tentar se redimir: "Peço desculpas profundamente. Minhas palavras estavam erradas".
"Eu não tolero e não tolerarei assédio, agressão ou violência sexual", dizia o tweet. "Esse tratamento causa danos reais que não podem ser minimizados. - Verdadeiramente, Spike Lee."
I Deeply Apologize. My Words Were WRONG. I Do Not And Will Not Tolerate Sexual Harassment, Assault Or Violence. Such Treatment Causes Real Damage That Can't Be Minimized.-Truly, Spike Lee.
— Spike Lee (@SpikeLeeJoint) June 13, 2020
Em março, a editora Hachette Book Group recebeu críticas após o anúncio de que uma de suas divisões, a Grand Central Publishing, lançaria as memórias de Allen intituladas "Apropos of Nothing".
A Hachette cancelou os planos de publicar o livro após reações negativas. No entanto, o material foi lançado por outra editora, a Arcade Publishing.
(Texto traduzido, clique aqui para ler o texto original em inglês).