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"Um defeito de cor" tem alta de buscas com Ana Maria Gonçalves na ABL

Escritora fez história ao se tornar a primeira mulher negra eleita à instituição

Fernanda Pinotti, da CNN
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A principal obra de Ana Maria Gonçalves, "Um defeito de cor", teve um pico de buscas desde que a escritora foi eleita para a Academia Brasileira de Letras (ABL), na última quinta-feira (10).

Gonçalves fez história ao se tornar a primeira mulher negra na ABL e é, atualmente, a imortal mais nova do grupo.

"Um defeito de cor" é seu livro mais famoso, vencedor do Prêmio Casa de las Américas (2007) e eleito o Melhor Livro de Literatura Brasileira do século 21 por júri da Folha de S. Paulo.

A obra teve uma alta nas buscas no Google nos dias que se seguiram ao anúncio da ABL, na semana passada.

 

Os estados que mais pesquisaram sobre o livro foram: Rio de Janeiro, Bahia, Distrito Federal, São Paulo e Pernambuco, nesta ordem.

Dados de busca do livro "Um defeito de cor", de Ana Maria Gonçalves, no Google ao longo dos últimos 30 dias • Reprodução/ Google Trends
Dados de busca do livro "Um defeito de cor", de Ana Maria Gonçalves, no Google ao longo dos últimos 30 dias • Reprodução/ Google Trends

Embora o livro tenha registrado uma alta significativa nas buscas com a eleição de Ana Maria Gonçalves para a ABL, o maior pico histórico de buscas pela obra segue sendo em fevereiro de 2024 – quando "Um defeito de cor" inspirou o enredo da Portela no Carnaval daquele ano.

O enredo, desenvolvido pelos carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga e pelos pesquisadores Beatriz Chaves e Marcelo D. Macedo, foi premiado com um Estandarte de Ouro e alçou a Portela à quarta colocação no Carnaval de 2024.

Histórico de buscas pelo livro "Um defeito de cor" no Brasil de 2004 até o momento presente • Reprodução/ Google Trends
Histórico de buscas pelo livro "Um defeito de cor" no Brasil de 2004 até o momento presente • Reprodução/ Google Trends

"Um defeito de cor"

A obra, lançada em 2006, conta a saga de Kehinde, mulher negra que é sequestrada no Reino do Daomé, atual Benin, na África, quando tinha oito anos de idade, e trazida para a Bahia, onde é escravizada.

A partir dessa história individual, são tratados temas importantes como a exploração de africanos e descendentes na diáspora, assim como processos de luta e resistência durante oito décadas no Brasil.

A protagonista, Kehinde, é inspirada em Luísa Mahin, que teria sido mãe do poeta Luís Gama e participado da célebre Revolta dos Malês, movimento liderado por escravizados muçulmanos a favor da abolição.

*Com informações de Flávio Ismerim, da CNN

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