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    William Bonner sobre Cid Moreira: “Figura gigantesca”

    O jornalista morreu aos 97 anos nesta quinta-feira (3), por insuficiência renal

    Caroline Ferreirada CNN

    Apresentador do Jornal Nacional, da TV Globo, William Bonner, 60, recordou alguns dos bons momentos ao lado do jornalista Cid Moreira, 97, que faleceu na manhã desta quinta-feira (3), em um hospital na região serrana do Rio de Janeiro.

    Segundo a unidade, a causa da morte foi “insuficiência renal crônica agudizada, distúrbio eletrolítico e falência múltipla de órgãos”.

    Durante sua participação no programa Encontro com Patricia Poeta, da TV Globo, Bonner o definiu como uma figura gigantesca.

    “Que dia triste, uma notícia que derruba a gente logo de manhã, mas que prazer poder falar sobre a importância de Cid Moreira, não apenas para a TV, mas em minha vida pessoal e profissional”, começou ele.

    Na sequência, William citou a potência do jornalista, que esteve à frente da bancada do telejornal por mais de 20 anos, desde a estreia, em setembro de 1969.

    “[…] Para qualquer pessoa que tenha mais de 40 anos de idade, o Jornal Nacional teve aquele rosto ali. Para quem tem menos, talvez o rosto do Jornal Nacional não seja o Cid Moreira, mas o Cid é o rosto e a voz do Fantástico”, acrescentou.

    “Era um brincalhão”, conta Bonner sobre Cid Moreira

    Ainda durante sua homenagem, Bonner falou sobre o lado divertido de Moreira. “O Cid era um brincalhão e ele adorava que brincassem com ele também. Quando ele pôde brincar com ele mesmo, a carreira dele entrou para outro patamar, outro caminho”, disse no programa comandando por Patrícia Poeta.

    Dois momentos marcantes ainda foram citados por William na atração mantinal. O primeiro, segundo ele, teria sido o dia em que viu o rosto de Cid de perfil. “Foi muito estranho ver a figura do Cid de perfil, porque na época o Jornal Nacional era feito todo de frente. Quando eu vi o rosto dele de perfil, eu fiquei petrificado”, garantiu.

    A segunda memória afetiva ficou por conta do dia em que apresentaram o noticioso juntos. “Quando me virei a direita e vi o Cid na mesma bancada em que eu me encontrava. Uma experiência profissional que quem passou por ela tem uma certa dificuldade de descrever. Uma figura gigantesca.”

    Antes de finalizar sua participação, o jornalista citou outra história. “Teve uma época em que, no fim do ‘Fantástico’, o Cid lia um texto com opinião, com sentimento. Ele era redigito pelo diretor do ‘Fantástico’. Minha mãe chamava esse momento do ‘Fantástico’ como lavada do Cid Moreira. Momento em que o Cid lia um texto com lirismo e questão moral envolvida. A lavada do Cid Moreira faz parte da minha vida como telespectador”, explicou.

    “Eu estava do lado do Cid, nervoso. Respirei fundo e falei: ‘Quando foi que você parou de ficar nervoso para fazer o Jornal Nacional.’ E ele: ‘Nunca.’ Tinha um sujeito que estava ali há 20 anos. E ele disse: ‘É impossível não ficar nervoso. […] O dia que você não estiver tenso, você vai errar'”, declarou.

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