
Entenda a ligação do atirador de Nova York com a NFL
Ataque na última segunda-feira (28) deixou cinco mortos nos EUA
O atirador que abriu fogo em um prédio comercial no centro de Manhattan na segunda-feira (28) deixou uma nota em que culpava a Liga Nacional de Futebol Americano (NFL) por uma lesão cerebral, afirmou o prefeito de Nova York, Eric Adams.
"[Ele] tinha uma nota consigo. A nota sugeria que ele acreditava ter ETC, uma lesão cerebral conhecida em quem pratica esportes de contato. Ele parecia culpar a NFL por sua condição", disse Adams à CBS.
Segundo a polícia, Shane Tamura, de 27 anos, é ex-jogador de futebol americano do ensino médio com histórico de doença mental. Ele atuava em uma escola secundária em Los Angeles até 2016 e nunca chegou à jogar profissionalmente em um time da NFL.
Tamura atravessou o país dirigindo de Las Vegas e chegou à Nova York na segunda, onde abriu fogo abriu fogo no prédio que abriga os escritórios corporativos da NFL (Liga Nacional de Futebol Americano) e da empresa de investimentos Blackstone.
NFL e o histórico de lesões cerebrais
A Encefalopatia Traumática Crônica (ETC) é uma doença degenerativa causada por impactos repetidos na cabeça, incluindo tanto traumas concussivos quanto golpes "silenciosos" (que não apresentam sintomas imediatos).
O diagnóstico definitivo só pode ser feito postumamente, embora sintomas como agressividade e demência possam surgir em vida.
Estudos comprovam a ligação entre a ETC e atletas que praticaram futebol americano — tanto profissionais quanto amadores. A NFL reconheceu oficialmente a conexão entre concussões relacionadas ao esporte e a doença.
Em 2015, a liga firmou um acordo de um bilhão de dólares para resolver ações judiciais movidas por ex-jogadores aposentados, após mortes de astros do esporte. O Centro de ETC da Universidade de Boston diagnosticou a doença em 345 de 376 ex-jogadores da NFL analisados até 2023.
Alguns casos de ex-jogadores com esse tipo de lesão já tomaram a mídia americana. Junior Seau, lenda do Hall da Fama, suicidou-se em 2012. Exames confirmaram ETC, acelerando o debate sobre as lesões cerebrais na NFL.
Em 2015, Aaron Hernandez, ex-New England Patriots), foi condenado por assassinato. Em 2017, ele se matou na prisão e também tinha sinais avançados da doença.
Phillip Adams, também ex-NFL, assassinou seis pessoas e se suicidou em 2021. Foi identificada ETC em estágio 2 em seu cérebro.
Maior cuidado da liga
As concussões atingiram o menor nível na temporada 2023-24, com a liga creditando melhorias em capacetes e mudanças nas regras.
Novos protocolos de concussão foram adotados em 2022 após críticas pelo caso do quarterback Tua Tagovailoa, do Miami Dolphins. A NFL baniu tacadas com o capacete (helmet-to-helmet hits), por exemplo.


