
Copa do Mundo 2026: relembre as bolas de cada edição
Trionda é apresentada pela Fifa e integra a lista de modelos históricos usados nos Mundiais
A Fifa apresentou a Trionda, bola oficial da Copa do Mundo de 2026, que será disputada nos Estados Unidos, México e Canadá.
O modelo tem cores que representam os três países-sedes, além de símbolos nacionais e detalhes em dourado em alusão ao troféu.
Desde 1970, toda edição da Copa do Mundo recebeu uma bola com design e identidade próprios.
Mesmo antes disso, as bolas usadas nas finais são parte importante da história do torneio, marcando a evolução do futebol e da própria competição.
Relembre bolas usadas em Copas do Mundo
Modelo T
Usada no Uruguai, em 1930, a Modelo T foi batizada em homenagem às 11 tiras de couro costuradas em formato de "T".

Já conhecida por ter sido usada nos Jogos Olímpicos de 1924 e 1928, era considerada confiável. Na final, houve divergência entre Uruguai, que preferia a Modelo T, e Argentina, que escolhia a Tiento. Ficou decidido que cada tempo teria uma bola.
A Argentina venceu o primeiro tempo por 2 a 1, mas o Uruguai virou para 4 a 2 usando sua bola preferida.
Federale 102
Na Itália, em 1934, a Federale 102 foi a principal bola, feita com 13 painéis de couro e costura de algodão, o que proporcionava maior conforto.

Capitães escolhiam as bolas antes das partidas, e outras também foram usadas, como a Globe e a Zig-Zag, fabricadas por empresas britânicas.
Esta última foi escolhida para a final, quando a Itália venceu a Tchecoslováquia por 2 a 1 na prorrogação.
Allen
Em 1938, na França, a bola oficial foi a Allen, também fabricada no país-sede.

O modelo tinha 13 painéis costurados com fio de algodão e já havia sido utilizado nos Jogos de Paris em 1924. Nas partidas, não trazia marca comercial, mas uma bola com o nome da fabricante foi colocada no círculo central antes da final para promoção.
Superball Duplo T
No Brasil, em 1950, surgiu a Superball Duplo T, baseada na Superval Doble T argentina.

Foi a primeira bola sem cadarço, inflada por válvula em vez de cordão, o que proporcionava uma superfície mais uniforme e arredondada. Com 12 painéis idênticos de couro costurados à mão, tinha maior durabilidade e estabilidade.
Swiss World Champion
Na Suíça, em 1954, a bola Swiss World Champion foi feita com couro curtido, mantendo cor amarelada que facilitava a visualização.

Composta por 18 tiras costuradas em nylon, absorveu água durante a final chuvosa, tornando-se mais pesada. Ainda assim, foi usada na vitória da Alemanha Ocidental sobre a Hungria por 3 a 2, no chamado "Milagre de Berna".
Top Star
Na Suécia, em 1958, a FIFA organizou concurso para escolher a bola. A vencedora foi a Top Star, disponível em branco, amarelo e marrom.

O modelo branco, com 24 painéis de couro e revestimento de cera contra umidade, foi usado na final, quando o Brasil venceu os donos da casa por 5 a 2.
Mr Crack
No Chile, em 1962, foi usada a Mr Crack, feita com 18 painéis de couro mais arredondados, que a deixavam mais esférica.

Foi também a primeira bola com válvula de látex, que mantinha a forma por mais tempo.
Apesar da inovação, sofreu com problemas de absorção de água, levando seleções a usarem alternativas como a Top Star em algumas partidas.
Challenge 4-Star
Na Inglaterra, em 1966, a Slazenger venceu o concurso para fornecer a bola oficial.

O modelo Challenge 4-Star tinha 25 painéis e foi produzido nas cores branca, amarela e laranja. A versão laranja se destacou na final, quando a Inglaterra venceu a Alemanha Ocidental por 4 a 2 na prorrogação, com três gols de Geoff Hurst.
Telstar
Usada em 1970, no México, e em 1974, na Alemanha, a Telstar foi a primeira com gomos em preto e branco, que se tornaram padrão no futebol.

Apenas 20 bolas foram produzidas para a final de 1970, o que fez com que partidas anteriores fossem disputadas com modelos genéricos em marrom e branco.
Na edição de 1974, a versão passou a ser chamada de Telstar Durlast.

Tango
Em 1978, na Argentina, a bola foi batizada de Tango, em alusão à dança tradicional do país.

O design em tríades formava triângulos arredondados.
Na Espanha, em 1982, a bola ganhou o nome Tango España.

A novidade foi a inclusão de material sintético misturado ao couro, que reduzia a absorção de água e trouxe mais resistência.
Azteca
Na Copa de 1986, no México, surgiu a Azteca, primeira bola 100% à prova d’água.

O desenho foi inspirado em murais da cultura asteca, um dos símbolos do país.
A tecnologia garantiu que o modelo mantivesse o formato esférico mesmo em partidas sob chuva intensa.
Etrusco Unico
Na Itália, em 1990, a bola levou o nome Etrusco Unico em referência à antiga civilização etrusca.

Os triângulos exibiam imagens de leões estilizados. Apesar do novo conceito, manteve a linha visual dos modelos anteriores.
Questra
Usada nos Estados Unidos, em 1994, a Questra marcou o tetracampeonato do Brasil.

O nome remetia à expressão “Quest for the stars”, em referência ao aniversário de 25 anos do pouso da Apollo 11 na Lua.
Cinco materiais diferentes compunham o modelo, que oferecia mais flexibilidade e durabilidade.
Tricolore
Na França, em 1998, a bola trouxe cores além do preto e branco.

O azul foi incorporado para simbolizar a bandeira francesa. O design incluía referências culturais como o galo e o trem de alta velocidade.
A espuma sintética deu mais velocidade à bola, aumentando o dinamismo do jogo.
Fevernova
A Copa de 2002, na Coreia do Sul e Japão, marcou a estreia da Fevernova.

O design rompeu o padrão das tríades, adotando gráficos coloridos em vermelho, prata e dourado.
Com seis camadas de materiais, incluindo látex e poliuretano, o modelo evoluiu a partir da Tricolore.
Teamgeist
Na Alemanha, em 2006, a Teamgeist foi apresentada após longos testes de laboratório.

Segundo a Fifa, garantiu desempenho uniforme em qualquer tipo de toque.
O nome significava “espírito de equipe” em alemão.
Foi também a primeira Copa a ter uma versão específica para a final, em tons dourados.
Jabulani
Na África do Sul, em 2010, a Jabulani ficou marcada pela imprevisibilidade no ar. O nome significa “celebração” em zulu.

Goleiros reclamaram dos movimentos bruscos, que tornavam as defesas mais difíceis.
O design específico para fases decisivas foi mantido.
Brazuca
No Brasil, em 2014, a bola foi batizada por votação popular.

A Brazuca superou opções como Carnavalesca e Bossa Nova.
O modelo trouxe avanços aerodinâmicos que reduziram as críticas em comparação com a Jabulani.
Telstar 18
Na Rússia, em 2018, a Telstar 18 homenageou o design clássico de 1970, mas com recursos modernos.

Um chip NFC foi incluído, permitindo que torcedores acessassem informações sobre o modelo.
Para o mata-mata, foi usada uma versão especial com detalhes em vermelho.
Al Rihla
No Catar, em 2022, a bola foi chamada de Al Rihla, que significa “A Jornada” em árabe.

O design foi inspirado nas dunas e elementos da cultura local, como a bandeira do país e as vestimentas tradicionais.
Trionda
Em 2026, a Trionda dará sequência à tradição.

O nome, que significa “três ondas” em espanhol, remete à sede tripla.
O modelo tem cores que representam os três países e símbolos nacionais: a folha de bordo para o Canadá, a águia para o México e a estrela para os Estados Unidos. Detalhes dourados fazem referência ao troféu do Mundial.