Transfer ban: Corinthians vê Santos Laguna irredutível e teme nova punição
Diretoria do Timão se vê prejudicada por decisões da gestão anterior, chefiada por Augusto Melo
A diretoria do Corinthians já admite que não conseguirá acertar com nenhum reforço nesta janela de transferências. O Santos Laguna, do México, mantém postura irredutível diante da proposta apresentada pelo clube para encerrar o transfer ban imposto pela Fifa. Nos bastidores, a preocupação é de que o Talleres, da Argentina, adote a mesma postura.
A Itatiaia apurou que o Santos Laguna exige o pagamento integral da dívida referente à contratação do zagueiro Félix Torres. Atualizado com taxa de impostos, o valor gira em torno de R$ 40 milhões.
O Corinthians apresentou três propostas ao clube mexicano. A última previa o pagamento de 70% do valor à vista e o parcelamento dos 30% restantes — sem sucesso.
Internamente, a avaliação é de que a falta de diálogo da antiga gestão, comandada por Augusto Melo, prejudicou qualquer tentativa de acordo extrajudicial. A ausência de respostas às primeiras cobranças teria desgastado a relação do clube mexicano com o Timão.
Não por acaso, hoje, o Santos Laguna não trata diretamente com o Corinthians, e sim por meio de um escritório de advocacia que representa a agremiação.
Com a janela nacional fechando na próxima terça-feira (2), o Corinthians já não tem expectativas de anunciar reforços. Havia negociações encaminhadas com laterais e atacantes, mas o cenário é considerado inviável diante do curto prazo e da dificuldade para derrubar a punição.
Talleres adota a mesma linha
O Talleres também não sinaliza disposição para acordo. O clube argentino venceu ação na Fifa contra o Corinthians pela contratação do meia Rodrigo Garro, restando apenas a homologação do CAS (Corte Arbitral do Esporte).
A decisão da Fifa determinou que o Corinthians pague US$ 3,6 milhões (R$ 19,5 milhões), com juros anuais de 18% desde janeiro de 2024, além de uma indenização de US$ 722,4 mil.
Assim como o Santos Laguna, o Talleres rejeitou as tentativas de aproximação feitas pelo Timão nas últimas semanas. O motivo é o mesmo: desgaste nas tratativas durante a gestão anterior.
Na negociação por Garro, o Corinthians se comprometeu a pagar US$ 7 milhões (R$ 34,7 milhões à época), sendo US$ 4 milhões (R$ 20,1 milhões) de entrada e o restante de forma parcelada.
O impasse começou quando o Talleres alegou ter direito a US$ 612 mil em impostos, valor contestado pela gestão Augusto Melo. O atraso fez Garro perder os primeiros jogos do Paulistão 2024.
E tem mais...
Além desses casos, o Corinthians ainda enfrenta a disputa com Matías Rojas. Em junho de 2024, a Fifa condenou o clube a pagar R$ 40,4 milhões ao meia paraguaio, que rescindiu contrato alegando atraso no pagamento de direitos de imagem.
O Timão recorreu ao CAS, que realizou audiência em abril e deve emitir decisão em breve. A cobrança se refere ao valor integral do contrato até o fim do vínculo, rompido em março de 2024.
Representantes de Rojas afirmam que tentaram um acordo amigável durante a gestão Augusto Melo, mas não houve sucesso.
