
Vice do Corinthians aponta falha em auditoria: "Se comprovado, renuncio"
Armando Mendonça negou desvios de materiais da Nike

Armando Mendonça, vice-presidente do Corinthians, se defendeu das acusações de que teria desviado materiais esportivos do clube. Em conversa com a imprensa na tarde desta terça-feira (19), o advogado mostrou arquivos e apontou falhas do documento de 94 páginas, que o coloca como peça central dos desvios de materiais da Nike.
Um dia após prestar depoimento para a Polícia Civil, Armando revelou aos jornalistas que, para ele, o relatório apresenta algumas falhas. De acordo com o VP, dos 131 itens apontados como desviados pelo cartola, apenas 47, cerca de 35%, foram retirados com sua assinatura direta. As 84 peças restantes, sendo 62 em transferências internas do clube, foram através de terceiros.
"Eu faço questão de provar que sou honesto. Nunca desviei um material do Corinthians. Nunca utilizei um material do Corinthians para utilização indevida, a não ser para uso quando eu represento o Corinthians nas viagens, com a delegação, e para fazer relacionamento institucional, que é uma das funções da presidência. Nunca desviei. O relatório é falho, é errado, tem algum interesse, porque atribui a mim coisas que eu não fiz", disse Armando.
"Desde o começo, tenho certeza absoluta de que não cometi nenhum ato lesivo ao clube. Por respeito ao clube, ao presidente, aos órgãos internos, conversei com o CORI (Conselho de Orientação), fiz todas as explicações, provei, documentei. Fui ontem às autoridades policiais, provei. Apresentei todos os documentos. Agora, eu preciso falar com vocês, falar com a torcida e explicar a sacanagem", continuou.
De forma direta, Armando ainda garantiu que caso exista alguma comprovação de que desvia material, ele renunciaria ao cargo da vice-presidência do clube do Parque São Jorge:
"Se fizer uma auditoria especializada e constatar que eu desviei um grampo do Corinthians, eu renuncio no dia seguinte. Eu renuncio!', disse o VP.
Ainda de acordo com Armando, a gestão de Osmar Stabile arrumou uma "herança maldita" deixada por Augusto Melo em relação aos materiais esportivos da Nike. Em números, desde maio, a gestão solicitou 25% a menos que a gestão anterior.
"O Osmar não estourou cota. Pelo contrário, ele resolveu os problemas do clube com a Nike. Foi o Augusto que estourou, ainda em janeiro de 2025. É uma herança maldita, que vamos ter que arrumar".
Entenda o caso
Uma auditoria interna do Corinthians diagnosticou várias irregularidades em relação á distribuição de materiais esportivos fornecidos pela Nike. O relatório foi entregue para Osmar Stabile, presidente da diretoria, e Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo.
O documento apresenta diversas anormalidades no processo de controle dos materiais encaminhados pela fornecedora de material esportivo. A auditoria identificou um número elevado de retirada de produtos, peças em más condições e higiene precária nos locais de armazenamento.
O período de investigação engloba os mandatos de Augusto Melo e Osmar Stabile. Além da apuração interna, o caso é pauta na Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE), vinculada ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil de São Paulo.
Armando Mendonça, vice-presidente do Corinthians, foi colocado como figura central do relatório. Segundo a auditoria interna, o dirigente, responsável pela gestão dos materiais esportivos desde maio deste ano, foi responsável por muitos pedidos de retiradas.


