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Incêndio no Ninho: MP do Rio explica por que vai recorrer de absolvição

Tribunal de justiça absolveu sete réus envolvidos na tragédia no CT do Flamengo

Jairo Nascimento e Murillo Grant, da CNN Brasil
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Após o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro absolver, nesta terça (22), os sete reus envolvidos na tragédia do Ninho do Urubu, que matou 10 jogadores da base do Flamengo, o Ministério Público explicou o porquê irá recorrer da decisão.

"A Promotoria esclarece que em suas alegações finais, apresentadas em 106 páginas, demonstraram de forma detalhada, com base em laudos técnicos, documentos oficiais e depoimentos de testemunhas, que a tragédia foi consequência de falhas estruturais e administrativas amplamente conhecidas e ignoradas pelos responsáveis pela gestão do centro de treinamento do Flamengo", disse o MP em nota.

"Nas alegações ministeriais, a Promotoria de Justiça descreveu, de forma minuciosa, o conjunto de provas que demonstraram a existência de alojamentos irregulares, construídos sem autorização e em desacordo com normas de segurança e prevenção de incêndio. Reforçou, ainda, que havia clara previsibilidade do risco, configurando o elemento central da culpa", acrescentou.

Quem são os absolvidos?

  • Márcio Garotti, ex-diretor financeiro do Flamengo;
  • Marcelo Maia de Sá, ex-diretor adjunto de patrimônio;
  • Danilo Duarte, Fabio Hilário da Silva e Weslley Gimenes, engenheiros responsáveis por aspectos técnicos;
  • Claudia Pereira Rodrigues, responsável por contratos da NHJ;
  • Edson Colman, sócio da empresa que cuidava da manutenção de aparelhos de ar‐condicionado;

Todos foram acusados de "incêndio culposo qualificado" e "lesão corporal grave". No entanto, a decisão, assinada pelo juiz Tiago Fernandes de Barros, ainda permite recurso.

Famílias repudiam decisão

As famílias dos dez jogadores da base do Flamengo que morreram no incêndio do Ninho do Urubu, em 2019, repudiaram a decisão da 36ª Vara Criminal do TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) pela absolvição dos sete réus envolvidos no caso.

Por meio de nota, a Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu (Afavinu) se posicionou e disse que seguirá "em busca de justiça".

Nota sobre a decisão proferida pela Justiça no caso Ninho do Urubu

 

A Promotoria de Justiça junto à 36ª Vara Criminal informa que irá recorrer da decisão judicial por meio de apelação ao Tribunal de Justiça. Em relação à sentença, proferida nesta terça-feira (21/10) pelo Juízo da 36ª Vara Criminal, que afirmou não haver provas suficientes de que os réus tenham contribuído de forma direta para o incêndio, a Promotoria esclarece que em suas alegações finais, apresentadas em 106 páginas, demonstraram de forma detalhada, com base em laudos técnicos, documentos oficiais e depoimentos de testemunhas, que a tragédia foi consequência de falhas estruturais e administrativas amplamente conhecidas e ignoradas pelos responsáveis pela gestão do centro de treinamento do Flamengo. 

Nas alegações ministeriais, a Promotoria de Justiça descreveu, de forma minuciosa, o conjunto de provas que demonstraram a existência de alojamentos irregulares, construídos sem autorização e em desacordo com normas de segurança e prevenção de incêndio. Reforçou, ainda, que havia clara previsibilidade do risco, configurando o elemento central da culpa.

O texto sustentou que o Ministério Público não se limitou a apontar irregularidades formais, mas comprovou o nexo causal entre as omissões dos gestores e o resultado fatal. As provas periciais e testemunhais revelaram um padrão de conduta negligente, violando o dever legal de cuidado. Dessa forma, a Promotoria de Justiça junto à 36ª Vara Criminal reafirma a consistência técnica da denúncia oferecida à Justiça e suas conclusões, rechaçando interpretações que minimizem a gravidade dos fatos ou a robustez das provas produzidas.

 

 

 

 

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