Ex-jogador aconselha Liverpool a buscar apoio emocional após morte de Jota
Bacary Sagna lembra perda do irmão e incentiva elenco do time inglês a falar sobre o luto
O ex-lateral Bacary Sagna, que atuou por Arsenal e Manchester City, afirmou que os jogadores do Liverpool devem buscar ajuda emocional para lidar com a morte do atacante Diogo Jota, falecido em um acidente de carro no dia 3 de julho, aos 28 anos.
Em entrevista à CNN, Sagna disse que a ausência do jogador pode afetar o desempenho do elenco durante a temporada, especialmente pelo impacto emocional da perda repentina.
"Vão pensar nisso o tempo todo", disse Sagna. "No vestiário, um espaço estará vazio. No almoço, um lugar ficará livre. No ônibus, o mesmo. Por isso, aconselho fortemente que eles conversem com alguém".
Jota morreu no acidente ao lado do irmão, André Silva, também jogador profissional, que tinha 25 anos.
O elenco do Liverpool, incluindo o capitão Virgil van Dijk e o lateral Andy Robertson, esteve em Portugal no início do mês para o funeral, antes do retorno aos treinos de pré-temporada.
Experiência pessoal com o luto
Sagna, que jogou 65 vezes pela seleção francesa, viveu situação parecida em 2008, quando perdeu o irmão durante sua passagem pelo Arsenal. Ele conta que ficou em choque e se sentiu paralisado, sem saber como lidar com a dor.
“Meu cérebro não estava presente. Era minha segunda temporada. Comecei a cometer erros bobos, de principiante. Controlar a bola se tornou difícil. Minha mente estava em câmera lenta”, relembrou.
Apesar da resistência inicial, Sagna aceitou conversar com o psicólogo esportivo do clube, o que o ajudou a reorganizar seus sentimentos e enxergar a importância de pedir ajuda.
"Fiquei aliviado depois disso. Me senti mais leve", disse. "Fiquei pensando: 'Por que não fiz isso antes?' Não tive coragem. Não entendia o valor de falar sobre meus sentimentos".
Hoje, Sagna defende que os jogadores — especialmente os homens — busquem apoio psicológico em momentos de dor, como o que o elenco do Liverpool atravessa.
"As palavras servem como alívio. É essencial falar", reforçou. "Espero que os jogadores do Liverpool possam fazer o mesmo".
