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    À CNN, Vini Jr. revela que Real Madrid cogita deixar campo em caso de racismo

    Astro brasileiro defende que, se a Espanha não evoluir sobre o tema, o país deva deixar de ser sede da Copa do Mundo de 2030

    By Matias Grez, Zayn Nabbi and Darren Lewis, CNN

    Vini Jr trava uma longa batalha contra o racismo na Espanha e, com o começo de uma nova temporada no futebol espanhol, a estrela brasileira do Real Madrid, em entrevista exclusiva à CNN, contou como procederá com seus companheiros de Real Madrid caso a situação se repita.

    “No clube, falamos sobre isso com mais frequência. Não só eu, mas todos os jogadores disseram que se isso acontecer, na próxima vez todos terão que deixar o campo para que todas aquelas pessoas que nos insultaram tenham que pagar uma multa muito maior”, disse o astro.

    Em 2019, a UEFA aprovou seu protocolo de três etapas para ajudar os árbitros a lidar com o racismo nas arquibancadas. 

    O primeiro é pausar o jogo se houver comportamento racista e pedir pelo sistema de alto-falantes para que pare. Se continuar, a segunda etapa é interromper o jogo por até 10 minutos e enviar os times de volta aos vestiários. Caso persista, a terceira etapa é abandonar a partida completamente.

    Em outubro de 2023, Vinicius foi aos tribunais para apresentar evidências e testemunhar em conexão com os insultos racistas que sofreu durante uma partida contra o Valencia. 

    “No caso do que aconteceu em Valencia, depois do jogo – depois que pensamos sobre isso – todos disseram que a coisa certa a fazer é sair do campo, mas como você está lá defendendo um time, sabemos que nem todos no estádio são racistas e estavam lá apenas para assistir ao jogo”, disse o jogador.

    Preocupado com o futuro do tema no país, Vini ponderou sobre a Copa do Mundo de 2030, que acontecerá em três países: Espanha, Portugal e Marrocos. O jogador disse que, se não houver evolução sobre a questão racial, o país deve deixar de ser sede do evento.

    “Espero que a Espanha possa evoluir e entender a gravidade que é insultar alguém por causa da cor da pele. Porque, se as coisas não evoluírem até 2030, acho que (a Copa do Mundo) terá que mudar de local, porque se os jogadores não se sentirem confortáveis ​​e com confiança para jogar em um país onde podem sofrer racismo, é muito complicado”, declarou o atacante do Real Madrid.

    Apesar do intenso embate entre espanhóis e o jogador brasileiro, Vinicius não acredita que a maioria das pessoas sejam racistas e reafirmou o desejo de combater o problema no país.

    “Acredito e quero fazer tudo para que as coisas possam mudar porque muitas pessoas na Espanha, a maioria, não são racistas, embora haja um pequeno grupo que acaba por afetar a imagem de um país onde as pessoas vivem muito bem”, concluiu o jogador.

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