
Clubes brasileiros buscam manter hegemonia na Libertadores Feminina
Corinthians, Ferroviária e São Paulo são os representantes do país na 17ª edição do torneio, que começou nesta quinta-feira (2), na Argentina
A 17ª edição da Libertadores Feminina começou nesta quinta-feira (2) e terá duração até o dia 18 de outubro, com todos os jogos sendo realizados na Argentina. Corinthians, Ferroviária e São Paulo, representantes do Brasil na competição, buscam manter a hegemonia do país no continente.
Desde a criação do torneio, em 2009, o Brasil tem dominado amplamente a Libertadores Feminina, conquistando 13 das 16 edições realizadas até este ano.
Essa supremacia não é fruto do acaso, mas de uma soma de fatores que envolvem investimento, profissionalização, visibilidade e um ecossistema esportivo que vem sendo construído de forma consistente ao longo dos últimos anos.
Corinthians, São José, Ferroviária, Santos e Palmeiras já levantaram o troféu mais importante da América do Sul. O Timão, por exemplo, é o maior campeão da história da competição, com cinco títulos conquistados em 2017, 2019, 2021, 2023 e 2024. São José aparece na sequência, com três conquistas, seguido de Ferroviária, Santos (dois cada) e Palmeiras (um título).
Um estudo da "Nielsen Sports", empresa de análise global de esportes, em parceria com a "PepsiCo", apontou que o futebol feminino deve se consolidar entre os cinco esportes mais consumidos do mundo até 2030, que representa um crescimento de 38%, e deve atingir mais de 800 milhões de pessoas.
"É importante ver marcas apoiando o futebol feminino de forma recorrente, a modalidade precisa muito. Além da alta visibilidade e a crescente do esporte, quando se trata de ativações e interações as atletas dão um show", explicou Renê Salviano, CEO da "Heatmap".
Para Fábio Wolff, um dos idealizadores da Brasil Ladies Cup, a junção com estas marcas é essencial para o desenvolvimento de competições como a Copa Libertadores. "Por conta do fortalecimento do futebol feminino, observamos um grande número de companhias interessadas em apoiar a categoria. Essas parcerias conquistadas pela modalidade impulsionam o desenvolvimento do esporte dentro e fora de campo", afirmou.
Apesar do domínio brasileiro, há um debate constante sobre a competitividade da Libertadores Feminina. A disparidade estrutural entre o Brasil e os demais países ainda é evidente. Clubes de nações vizinhas enfrentam dificuldades que vão desde a falta de investimentos até problemas logísticos e de infraestrutura, o que dificulta o equilíbrio dentro de campo.
Em 2025, pela primeira vez, a competição contará com o uso do árbitro de vídeo (VAR) em todas as partidas.
“Ainda que sejam contínuas as reclamações relacionadas às condições do futebol feminino, ele é quase que por completo subsidiado, tanto pela transferência de recursos das federações e confederação nacional, como pela imposição de investimento dos clubes que disputam competições com equipes masculinas. Títulos de equipes de outros países dependem quase que exclusivamente de acaso, de eventos mais que improváveis, e essa proporção deve ser mantida por ao menos uma década”, analisou Thiago Freitas, COO da "Roc Nation Sports".
Os times jogam dentro do seu respectivo grupo em turno único, com os dois primeiros colocados avançando para as quartas de final. Em caso de empate no confronto eliminatório, a decisão será nos pênaltis.
Na estreia do Brasil na Libertadores Feminina, o Corinthians ficou só no empate em 1 a 1 com o Independiente Dragonas, do Equador.
Tabela dos brasileiros na fase de grupos da Libertadores Feminina
- Corinthians 1x1 Independiente del Valle-EQU
- Adiffem x Ferroviária - 2 de outubro - 20h
- São Paulo x San Lorenzo - 3 de outubro - 20h
- Corinthians x Always Ready - 5 de outubro - 16h
- Alianza Lima x Ferroviária - 5 de outubro - 20h
- Santa Fe x Corinthians - 8 de outubro - 20h
- São Paulo x Colo-Colo - 6 de outubro - 20h