Manifestantes pró-Palestina ocupam ruas de Udine antes de Itália x Israel
Protestos acontecem horas antes de partida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo
Manifestantes pró-Palestina foram às ruas nesta terça-feira (14) na cidade de Udine, no norte da Itália, antes da partida da Itália contra Israel pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, em meio a fortes medidas de segurança contra a possível infiltração de grupos violentos.
A Itália enfrenta Israel às 15h45 (de Brasília) no Estádio Friuli, na periferia noroeste da cidade, enquanto a manifestação, da qual se espera a participação de até 10.000 pessoas, seguirá pelo centro da cidade.
O Comitê para a Palestina-Udine, organizador da marcha, pediu à Fifa, órgão regulador global do futebol, que banisse Israel de todas as competições, alegando que a seleção apoiava "políticas de ocupação" nos territórios palestinos.
Os organizadores prosseguiram com o protesto mesmo depois que o governo de Benjamin Netanyahu e o grupo militante Hamas concordaram com um acordo de cessar-fogo que incluía a libertação dos reféns israelenses ainda vivos e a devolução de prisioneiros palestinos.
Andrea Ciampi, que veio de Veneza a Udine para participar do protesto, disse ser um grande fã de futebol, mas que considera mais importante protestar nas ruas do que ir ao estádio nesta ocasião.
"O cessar-fogo é algo positivo porque interrompe o massacre. Mas quais são as condições? Onde está a voz do povo palestino no acordo?", disse ele.
A federação italiana de futebol informou que pouco mais de 9.000 ingressos foram vendidos para a partida contra Israel, bem abaixo da capacidade reduzida de 16.000.
As autoridades locais impuseram uma série de restrições, incluindo fechamento de ruas e limites de estacionamento, e instalaram barreiras de concreto ao redor do estádio para criar zonas de segurança.
Servir alimentos e bebidas em recipientes de vidro, cerâmica ou lata é proibido no dia do jogo, e os móveis de jardim devem ser removidos dos estabelecimentos públicos externos.
Alguns lojistas decidiram manter as portas fechadas durante todo o dia, enquanto outros fecharão apenas à tarde, com o início do protesto.
Os moradores temem que elementos violentos possam se juntar à marcha — como aconteceu em outras partes da Itália nas últimas semanas — e não gostam do clima de alta segurança na cidade, geralmente tranquila.
"Vi helicópteros sobrevoando minha cabeça. Acredito que tal mobilização de forças para uma partida de futebol jamais deveria acontecer", disse o morador Paolo Lizzi.
