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Papa Francisco já foi expulso do vestiário do San Lorenzo nos anos 90

Técnico achou que a presença do pontífice poderia trazer azar à equipe

Julia Machado, da CNN
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O papa Francisco, voz que reformulou a Igreja Católica, morreu aos 88 anos, nesta segunda-feira (21). A morte foi anunciada pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo do Vaticano.

“Queridos irmãos e irmãs, é com profunda tristeza que comunico a morte do nosso Santo Padre Francisco”, disse em comunicado.

Papa Francisco e o San Lorenzo

Ao longo da vida, o pontífice manteve uma relação próxima com o futebol — especialmente com o San Lorenzo, seu clube do coração. Essa paixão, que atravessou décadas, também rendeu histórias curiosas.

No início dos anos 1990, quando ainda era bispo auxiliar de Buenos Aires, Jorge Bergoglio viveu uma situação inusitada nos bastidores do time argentino. Ele costumava visitar o vestiário e benzer os jogadores antes das partidas, prática que se tornara habitual.

No entanto, em uma dessas ocasiões — justamente antes de um jogo decisivo — acabou sendo convidado a se retirar. O técnico Alfio Basile, recém-chegado ao clube, não gostou da presença do religioso.

Segundo o então presidente do San Lorenzo, Fernando Miele, que presenciou a cena, o treinador disparou: “Eu fui contratado justamente porque o San Lorenzo não ganha de ninguém! Pode mandar embora esse azarado!”

Anos depois, o pontífice seguiu acompanhando os jogos da equipe e chegou até a receber os jogadores e dirigentes do clube no Vaticano, após a conquista da Libertadores, em 2014.

Morte do papa Francisco

A morte do papa foi anunciada na manhã desta segunda-feira (21) pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo do Vaticano.

“Queridos irmãos e irmãs, é com profunda tristeza que comunico a morte do nosso Santo Padre Francisco”, disse Farrell em comunicado.

Farrell continuou: “Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados”.

"Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”, concluiu a declaração.

Francisco foi hospitalizado no dia 14 de fevereiro com bronquite e depois apresentou uma infecção polimicrobiana.

Em seguida, o papa recebeu um diagnóstico de pneumonia nos dois pulmões, uma condição que pode inflamar e cicatrizar os órgãos, dificultando a respiração.

O Vaticano descreveu a infecção do papa como “complexa” e explicou que foi causada por dois ou mais microrganismos.

Enquanto esteve no hospital, o pontífice apresentou diferentes quadros de saúde, tendo pioras seguidas de melhoras.

Durante a internação, Francisco sofreu uma “crise respiratória prolongada semelhante à asma” e precisou de transfusões de sangue em decorrência de uma baixa contagem de plaquetas, associada à anemia.

Os episódios respiratórios de Francisco exigiram que ele usasse ventilação mecânica não invasiva, que envolve colocar uma máscara sobre o rosto para auxiliar na passagem do ar pelos pulmões.

Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, assumiu o comando da Santa Sé em março de 2013. Ele marcou a história da Igreja Católica como o primeiro papa latino-americano e o primeiro jesuíta a ocupar o cargo.

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