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Maratona até dezembro desafia atletas de Atlético-MG, Botafogo e Fluminense

Trio pode jogar a cada três dias; especialistas apontam riscos e soluções

Gabriel Teles, da CNN
Fluminense e Atlético-MG em jogo do Brasileirão
Fluminense e Atlético-MG em jogo do Brasileirão  • Fluminense e Atlético-MG em jogo do Brasileirão
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Atlético-MG, Botafogo e Fluminense enfrentam uma maratona de jogos até o fim da temporada. Com três competições em andamento e duas rodadas atrasadas no Brasileirão, os clubes podem disputar até 34 partidas em 105 dias, o que representa uma média de um jogo a cada 3,1 dias.

O calendário apertado exige planejamento minucioso. Enquanto o Campeonato Brasileiro vai até 21 de dezembro, ainda há três janelas de Data Fifa que somam 27 dias de pausa. Botafogo, que segue nas três principais competições, pode ser o mais impactado. Já Atlético-MG e Fluminense ainda disputam a Sul-Americana, além das competições nacionais.

O presidente da CBF, Samir Xaud, anunciou que apresentará uma nova proposta de calendário em até 60 dias, visando equilibrar o número de jogos e o tempo de recuperação dos atletas.

A sobrecarga atual levanta preocupações tanto físicas quanto mentais, agravadas pelo fato de que Botafogo e Fluminense atuaram durante o Mundial de Clubes, enquanto rivais descansaram.

Guilherme Soares, da Volt Sports Science, alerta que o rendimento pode ser mantido mesmo sob pressão.

“Apesar de desafiador, é totalmente possível manter um bom rendimento até dezembro ao realizar uma boa gestão da carga de treinos, jogos e do descanso, encontrando o equilíbrio físico, mental e emocional do ser humano, que vem antes do jogador”, declarou Guilherme.

A fisioterapeuta Morgana Américo, da Sonafe, reforça que, nesse cenário, o ajuste da quantidade de treinos é o fator crucial.

“Nessa maratona de jogos, treinar bem muitas vezes significa treinar menos, mas com mais qualidade; para que haja um maior desempenho durante os jogos que estão nas fases decisivas”, pontua a Dra. Morgana Américo, fisioterapeuta das categorias de base e sócia da Sonafe (Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva).

Além disso, o trabalho preventivo ganha força. O uso de protocolos para detectar sinais precoces de sobrecarga e desequilíbrios físicos permite adaptar treinos diariamente e evitar lesões. Técnicas como o PSR (questionário de percepção subjetiva de recuperação) ajudam a personalizar a rotina do atleta.

“Sempre colocamos o atleta em condições protetivas, por isso as avaliações periódicas e monitoramento diário são cruciais no processo, pois muitas vezes o corpo nos dá sinais importantes, e quando estamos atentos a isso, temos a capacidade de evitar problemas maiores”, disse Guilherme Soares.

“A fisiologia, a fisioterapia e a medicina têm um papel essencial. Monitorar o desgaste, prevenir lesões e ajustar cargas individualmente permite que o grupo chegue ao segundo semestre com o maior número de atletas disponíveis, e em boas condições para performar. É o que chamamos de pico de forma planejado”, complementou Morgana.

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